quinta-feira, 29 de agosto de 2013

Síndorme dos Ovários Policísticos



            A Síndrome do Ovário Policístico ocorre quando o ovário ou as glândulas suprarrenais da mulher produzem mais hormônios masculinos que o normal. Isso promove o aparecimento dos cistos ovarianos e das outras características dessa síndrome que pode ter como sintomas:

·         Infertilidade
·         Dor pélvica
·         Aparecimento de pelos em face, tórax, abdome, dedos, etc.
·         Calvície ou queda de cabelo
·         Placas de pele mais grossa negras ou marons
·         Acne, pele oleosa ou caspa
·         Irregularidade menstrual
·         Ganho de peso

Mulheres obesas tem mais chance de ter ovários policísticos e portadoras da síndrome tem mais chance de desenvolve diabetes, hipertensão, síndrome metabólica e doenças cardíacas. O uso de pílula anticoncepcional ajuda a regularizar o ciclo menstrual, a reduzir os níveis de hormônio masculino e a limpar a acne e outras medicações podem ajudar a controlar os problemas associados como distribuição irregular de pelos, níveis altos de colesterol, diabetes, hipertensão e etc.
O diagnóstico vem pelo conjunto de sinais e sintomas, o exame ultrassonográfico mostra os ovários normalmente aumentados de tamanho e com múltiplos cistos e exames laboratoriais que mostram as alterações hormonais (aumento do hormônio masculino, aumento do hormônio luteinizante, diminuição do hormônio folículo estimulante, aumento do colesterol, aumento da secreção de insulina e resistência à insulina).
Não há cura para a síndrome do ovário policístico, o apoio multidisciplinar com endocrinologista, ginecologista , cardiologista e nutricionista é importante para o controle dos problemas associados. A infertilidade muitas vezes exige o tratamento com médico especialista em medicina reprodutiva.  Atividade física, perda de peso, alimentação saudável tem um impacto significativo no sucesso do tratamento.
Fale com seu médico.

      

domingo, 25 de agosto de 2013

Doença Inflamatória Pélvica - DIP


      A doença inflamatória pélvica (DIP) é uma infecção e inflamação que acomete ovários, útero e os outros órgãos reprodutores femininos. Tem importância porque podem levar a dano no sistema reprodutor feminino e consiste em grande causa de infertilidade
            A DIP, além de infertilidade, pode causar gravidez ectópica (implante do embrião fora do útero – não tem como progredir), abscessos, dor pélvica e outros problemas. É a maior causa que se pode prevenir de infertilidade.
            A mulher é considerada de maior risco para DIP se:

·         Vida sexual ativa e menor de 25 anos
·         Mais que um parceiro sexual
·         Uso de duchas

       Algumas mulheres não tem sintomas, outras tem dor pélvica, secreção vaginal (corrimento vaginal), dor durante o ato sexual ou para urinar (ou ambos) e sangramento irregular . Gonorreia e clamídia, duas doenças sexualmente transmissíveis, são as principais causas de DIP porém outras bactérias também podem causa-la. O diagnóstico é feito através do exame físico, exames laboratoriais e exames de imagem  e o tratamento com antibióticos pode curar. 
           O tratamento precoce é importante pois diminui as chances de sequelas que levam à infertilidade. O uso do preservativo é importante arma na prevenção da DIP causada por doenças sexualmente transmissíveis.

segunda-feira, 19 de agosto de 2013

Câncer de Bexiga



        A bexiga é o órgão responsável pelo armazenamento da urina já produzida até ser eliminada do organismo e pode ser a sede de alguns tipos de câncer sendo mais comum do que se imagina. Fatores de risco incluem, além do cigarro, a exposição de alguns agentes químicos, história familiar de câncer de bexiga, idoso masculinos e brancos estão sob maior risco. É um tipo de câncer bastante relacionado ao hábito de fumar (assim como tantos outros) e o tumor se origina na parede da bexiga e podem ser de três tipos:

Carcinoma de células de transição: representa a maioria dos casos e começa nas células do tecido mais interno da bexiga.

Carcinoma de células escamosas: afetam as células delgadas e planas que podem surgir na bexiga depois de infecção ou irritação prolongadas.

Adenocarcinoma: se inicia nas células glandulares (de secreção)  que podem se formar na bexiga depois de um longo tempo de irritação ou inflamação.

Quando o câncer se limita ao tecido de revestimento da bexiga, é chamado de superficial. O câncer que começa nas células de transição pode se disseminar através do revestimento da bexiga, invadir a parede muscular e disseminar-se até os órgãos próximos ou gânglios linfáticos, transformando-se num câncer invasivo.
            Sintomas comuns constituem sangramentos na urina, dor lombar baixa e urgência para urinar (sintomas comuns também em infecções urinárias e cálculos). O diagnóstico é feito por exames de imagem como ultrassonografia, tomografia computadorizada e ressonância magnética e pela cistoscopia que é invasiva e a coleta de  material para biópisa.

            O tratamento é feito atrevés de cirurgia, quimioterapia, radioterapia e terapia biológica (essa visa aumentar a capacidade do seu organismo e combater o câncer).

sábado, 17 de agosto de 2013

Cancer de Tireóide


       Muito se fala sobre alguns cânceres que até já falei aqui no blog como o câncer de mama, de colo de útero e de próstata. São doenças de grande incidência e que são grandes causas de mortalidade de mulheres e homens respectivamente. Hoje, porém, falaremos de um tipo de câncer pouco falado, o de tireóide. Ele é mais comum em mulheres e sua incidência começa a aparecer ainda em  jovens.
            A suspeita de câncer de tireóide começa quando é encontrado um nódulo na tireóide por um exame de ultrassom. À partir daí começam os procedimentos para definir o diagnóstico se são nódulos benignos ou malignos. A imensa maioria dos nódulos é benigna e os mais comuns são:

- Nódulo coloide: são tumores benignos formados por tecido idêntico ao da tireoide. Podem ser únicos ou múltiplos.

- Adenoma folicular: também é um tipo de tumor benigno da tireoide. Normalmente solitário, o adenoma folicular pode produzir hormônios tireoidianos de forma independente, sendo chamado de adenoma tóxico.


- Cisto da tireoide: são os nódulos que contém líquido no seu interior. A imensa maioria dos cistos da tireoide é benigna, porém, alguns cistos que apresentam uma mistura de material sólido e líquido, chamados de cistos complexos, podem ser na verdade um câncer de tireoide.


- Nódulo inflamatório: é um nódulo que se desenvolve devido a uma inflamação da glândula tireoide (tireoidite). Também é um nódulo que não é câncer.


- Bócio multinodular: é uma tireoide com múltiplos nódulos que podem variar de tamanho, desde alguns milímetros até vários centímetros. Quando estes múltiplos nódulos são funcionantes, ou seja, capazes de produzir hormônio tireoidiano, chamamos a doença de bócio multinodular tóxico , sendo esta, depois da doença de Graves, a principal causa de hipertireoidismo.


- Câncer de tireoide: geralmente são nódulos únicos, sólidos, bem aderidos a tireoide, de rápido crescimento e não produtores de hormônios. É comum haver a presença de linfonodos palpáveis no pescoço associados ao nódulo maligno.



            O câncer de tireóide é bastante tratável se detectado no início sendo o tratamento podendo incluir cirurgia (retirada da tireóide), quimioterapia, radioterapia ou tratamento hormonal e não deve tardar.

Morte Súbita



             Ontem durante atendimento a homem adulto jovem que realizara um "check-up" cardiológico eu fui questionado por ele pela validade de tais exames já que um amigo que levava uma vida saudável , fazia atividade física, subitamente morreu de um "ataque cardíaco".
Fui questionado pois, se a pessoa era saudável, por que teria tido tal ataque.
            Um breve relato, o paciente em questão estava saindo de casa, abriu o carro e caiu morto. Sem ter tido dor no peito, falta de ar, tonteira, nada. A famosa morte súbita, praticamente sem direito a socorro.

E o que é a morte súbita?

            O nosso coração tem um sistema elétrico interno que é responsável pela ativação e consequente contração do músculo cardíaco de forma ritmada, quando ocorre uma desorganização dessa rede elétrica, o coração pode bater  muito rápido, muito devagar, desorganizadamente ou parar de bater. Uma atividade elétrica tão caótica e desorganizada que se torna incapaz de promover uma contração mecânica do músculo e o indivíduo morre. O infarto propriamente dito é apenas uma das causas de morte súbita e das menos prováveis quando isso acontece em jovens pois, na maioria dos casos, pra se ter um infarto é necessário ter doença coronariana (placas de gordura em provocam obstrução nas coronárias) e isso é bastante raro em jovens. Em jovens, na maioria das vezes, a morte súbita está relacionada ou a alterações estruturais cardíacas congênitas (ex: cardiopatia hipertrófica) ou doença elétrica do coração ou a abuso de drogas como cocaína e crack.

            Quando fazemos um "check-up" num paciente jovem e aparentemente saudável temos 2 objetivos: um seria flagrar alterações que podem caracterizar o paciente como de risco para esse tipo de evento e também ver como ele se situa em termos de risco para desenvolver a doença coronariana no futuro. Hoje temos visto atletas morrendo em atividade, jovens tendo problemas sérios, isso pode e deve ser rastreado antes do início de uma atividade, principalmente se de alto desempenho.

domingo, 11 de agosto de 2013

MAPA - Monitorização Ambulatorial da Pressão Arterial


             
           Exame comumente solicitado por cardiologistas principalmente, o MAPA é um exame considerado chato e desconfortável porém extremamente necessário e elucidativo para o médico. Neste exame, é instalado um aparelho de pressão automático no paciente que mede a pressão de 15 em 15 minutos (ou de 20 em 20 minutos dependendo da programação) durante o período que o paciente está acordado e de 30 em 30 minutos durante o período de sono. Junto com isso, é dado uma folha para que o paciente faça um relatório de suas atividades durante as 24h que fica com aparelho (por exemplo: esforço físico, emoções fortes, uso de  medicação, atividade sexual, etc).
            Com esse exame, o médico tem as informações necessárias para definir se o paciente é hipertenso ou não, se precisa de remédio ou não ou, se o paciente já for hipertenso e já usa medicação, se esta está eficaz ou não para tratar sua hipertensão arterial. Muitas vezes o paciente vem com queixas de que a pressão vem subindo porém, ao colocar o MAPA, vemos que o paciente faz picos isolados em situações específicas mas que, na maioria do tempo, a pressão está normal. Este paciente NÃO precisa de tratamento anti-hipertensivo e trata-lo como hipertenso seria um erro. O MAPA também ajuda a mostrar o caso da famosa "hipertensão do jaleco branco" ou "hipertensão de consultório" que consiste no caso do paciente que na frente do médico ou profissional de saúde, tem sempre medidas alteradas, mas medidas em casa com o MAPA são normais. Outro caso que também não necessita de tratamento.

            A maior queixa do paciente é do desconforto causado pelo aparelho, principalmente para dormir. Mas as informações trazidas por ele são tão preciosas que, para o bem do paciente, vale o esforço. Se seu médico solicitá-lo, faça de bom grado, será pro seu bem!

terça-feira, 6 de agosto de 2013

Efeitos Colaterais e Reações Adversas


            Hoje não venho falar de uma doença ou droga ou exame específico mas sim de uma coisa extremamente importante que por vezes temos de lidar e descobrir que são as reações adversas e efeitos colaterais aos medicamentos.
            Primeiro vamos diferenciar um do outro: efeito colateral é um efeito diferente além  daquele que se espera de um medicamento. E ele pode ser bom ou ruim e, quando ruim, pode ser chamado de reação adversa. Exemplos: quando se toma uma anti-alérgico , um efeito colateral comum é dar sono. O que pode ser bom no caso da manifestação alérgica causar incômodo que atrapalha o sono. Outra reação adversa comum é a de anti-inflamatórios agredirem o estômago sendo necessária sua interrupção.
            Recentemente vi um caso onde uma paciente idosa, após um dia normal, começou a ter delírios, alucinações, agressividade, agitação intensa e a família ficou desesperada, claro. Após uma conversa, vi que havia sido prescrito recentemente uma medicação neurológica comumente usada para mal de Parkinson e que ela poderia ser a causa dessa manifestação trágica. Orientei a retirada da medicação e em menos de dois dias a paciente já retornara ao seu estado normal sem ter sequer lembrança do que havia ocorrido.
            Isso é importante para o paciente ter em mente que todas as vezes que alguma medicação nova for prescrita ou mesmo tomada sem orientação médica, deve-se contar ao médico com a maior precisão possível quando foi iniciado e a dose pois sintomas que aparentemente  não tem nada a ver com o motivo do uso daquela medicação pode estar relacionado a mesma.
            Evite ao máximo medicação sem orientação médica, por mais inocente possa parecer, e sempre informe seu médico sobre qualquer remédio.

            Um abraço.

quinta-feira, 1 de agosto de 2013

Neuropatia Diabética

       O paciente diabético, principalmente aquele que não se controla adequadamente, pode desenvolver, ao longo dos anos, danos aos nervos pelo corpo chamada de NEUROPATIA DIABÉTICA. É uma patologia que pode se apresentar com mais ou menos gravidade e que compromete profundamente a qualidade de vida dos pacientes.
            Quase metade dos pacientes diabéticos desenvolvem algum grau de neuropatia diabética e a maioria dos sintomas não se inicia antes de 10 ou 20 anos de doença. Podem ser afetados os nervos cranianos, os nervos vindos da medula espinhal e os nervos que controlam órgãos vitais de funcionamento automático como coração, trato gastrointestinal, bexiga, etc. Esta última é chamada neuropatia autonômica.
            Os sintomas dependem do tipo de nervo e da área afetada por ele. Quando os nervos da espinha são afetados, podem causar dor e alterações de sensibilidade de áreas de braços, pernas, dificuldade de andar. Se de nervos dos órgãos automáticos, podem causar problemas de controle de frequência cardíaca e pressão arterial, dificuldade de engolir, incontinência (dificuldade de controlar a eliminação urina e fezes) ou retenção urinária e fecal.  A perda de sensibilidade dolorosa pode ser perigosa pois a pessoa pode se ferir e não sentir o que, somado a dificuldade de cicatrização dos diabéticos, causar feridas severas que podem culminar até com gangrenas e amputações. Além disso, o paciente pode não sentir os sintomas de hipoglicemia ou sentir a dor de uma angina por exemplo. Problemas sexuais são frequentes como dificuldade de ereção nos homens e ressecamento vaginal e anorgasmia nas mulheres, o que contribui para perda de qualidade de vida.
            Por todos esses pontos, a neuropatia diabética é uma das mais nefastas consequências dessa doença severa, crônica, progressiva mas que pode ser controlada e , assim como outras consequências, evitada.

            Converse com seu médico.