sexta-feira, 27 de maio de 2016

Quedas em idosos, perigo constante!

Na semana passada escrevi sobre o risco aumentado de quedas quando se inicia ou altera o tratamento com remédios de pressão (anti-hipertensivos) para idosos, então hoje vou falar de uma forma geral sobre quedas nos idosos, população tão susceptível a elas.
          Por que os idosos caem mais?
     Porque tem uma série de fatores que levam a isso como: fraqueza muscular, perda de equilíbrio, piora significativa dos reflexos, piora dos sentidos (no caso das quedas principalmente visão e audição) e piora nos mecanismos de auto-regulação de pressão arterial e freqüência cardíaca. Então o idoso, mesmo sem patologias, muito mais comumente tropeça em pequenos desníveis, tapetes, uma leve escorregada que os mais jovens conseguem se equilibrar e apoiar são suficientes para uma queda num idoso. Um animal de estimação que esbarre as pernas, uma criança, um chão liso. Tudo isso são riscos potenciais de queda para o idoso.  Fora as condições patológicas: problemas neurológicos que atrapalhem a locomoção (ex: mal de Parkinson), perda excessiva de massa muscular pela inatividade (tira a possibilidade de defesa ante uma queda iminente pois o idoso não consegue sustentar-se), patologias e medicações cardiovasculares que provocam quedas abruptas da pressão arterial quando fica de pé.

       E por que a queda no idoso é mais arriscada?                Primeiro pela ausência de reflexos, eles caem sem defesa e os traumas principalmente na cabeça (traumas cranianos) acontecem com maior violência e ossos mais fracos, usualmente pela osteoporose, provocam fraturas com bem mais facilidade. A mais temida é a fratura de fêmur, que obriga muitas vezes a cirurgias, mantém o idoso acamado e tem o risco de muitas complicações como pneumonias, embolia pulmonar, feridas causadas pelo tempo deitado, todas com potencial risco de morte pro idoso. Muitas quedas acontecem na hora de se levantar, a mudança da posição de sentado ou deitado para em pé muitas vezes provoca desequilíbrios, pressões baixas e gera queda.

          Precisamos nos manter atentos aos sinais de risco como andar prejudicado, alguma desorientação, pequenos desequilíbrios, piora acentuada da visão e audição e fraqueza geral. Medidas ambientais que podem ajudar incluem: retirada de tapetes e/ou
coisas que possam prender o pé do idoso, atenuar pequenos degraus, colocar corrimões em escadas, evitar pisos escorregadios, colocar apoios para as mãos no box e ao lado do vaso sanitário assim como antiderrapantes. Idosos fisicamente ativos tendem a ter bem menos quedas, uma atividade física que atenue a perda muscular e estimule seu equilíbrio é fundamental.

domingo, 22 de maio de 2016

Uso de medicação para hipertensão e risco de queda em idosos

É sabido que idosos não costumam tolerar bem pressões um pouco mais baixas. Os mecanismos de regulação, o tono muscular, a resposta cardiológica já estão prejudicadas pela idade e também pelo uso de medicação e com isso, o risco de queda aumenta. Mais que na população mais jovem, as quedas podem ter piores conseqüências como traumas cranianos e fraturas de fêmur. Os idoso constituem, por isso,  pela sua fragilização, um grupo especial nesse sentido. Pensando nisso foi avaliado o risco de queda em idosos após o início ou intensificação do tratamento anti-hipertensivo em idosos já que, como grupo vitima da hipertensão, o uso de medicação é bastante necessário.


            Foi visto numa análise de prontuários que o risco de queda em idosos aumentou significantemente nos primeiros 15 dias após início ou ajuste da medicação anti-hipertensiva quando aumentada dose ou associada medicação. A busca incessante por níveis normais de pressão nesta população deve ser balanceada pelo risco cada vez maior conforme o passar dos anos de quedas da própria altura com conseqüências cada vez mais nefastas. Todos os envolvidos no processo devem ser muito cuidadosos: o médico prescritor (ter o cuidado de medir a pressão sentado e de pé quando possível nas avaliações),  a família vigilante, o idoso dependendo do grau de lucidez a identificar sintomas que sejam predisponentes como tonteiras ao levantar e vertigens para que o tratamento seja bem feito sem causar danos. 

segunda-feira, 16 de maio de 2016

O que comer?

A vida saudável passa por alimentação saudável, não há como fugir disso. Exames laboratoriais normais não refletem necessariamente saúde e os venenos que comemos diariamente cedo ou tarde vão cobrar seu preço. Baseado nisso, a pergunta constante nos consultórios médicos é: "o que posso comer?".
Com raras exceções, médicos não tem boa formação nutricional, para isso existem os nutrólogos e principalmente os nutricionistas, profissionais com formação específica para cuidar da nutrição das pessoas porém, infelizmente, nem todos tem acesso e nem sempre a orientação de procurar um nutricionista nem sempre é atendida. 
Baseado nisso, o American College of Cardiology publicou recentemente uma orientação geral, baseado em estudos que mostram benefícios e malefícios cardiológicos de coisas corriqueiras que comemos e uma orientação simples sobre isso. Ressalto, isso é apenas uma orientação genérica, não leva em conta doenças, problemas individuais e de forma nenhuma substitui a avaliação de um profissional de nutrição mas nos fornece uma ideia de coisas que comemos e bebemos que podem ser vilões ou não, dependendo das quantidades e da forma. 

CONSUMIR MAIS
Frutas
3 porções por dia
Preferir comer a fruta a sucos 100% integrais. Limitar sucos a 1 comp por dia.

Nozes, sementes
4 porções por semana
escolher variedades

Vegetais (legumes e verduras exceto batata comum)
3 porções por dia

Grãos integrais minimamente processados
3 porções por dia
escolher aqueles com pelo menos 1g de fibra para cada 10g de carboidratos.

Peixes e mariscos
2 ou mais porções por dia
preferir os peixes ricos em óleo como salmão, arenque, truta, cavala e sardinhas.

Laticínios especialmente iogurte e queijo
2 a 3 porções por dia
a escolha entre integral ou desnatado deve ser feita pela preferência ou objetivo de cada um. Não há evidência suficiente de benefícios entre um e outro.

Óleos vegetais
2 a 6 porções ao dia
Preferência por óleos polinsaturados como azeite extra-virgem, canola ou soja.

CONSUMIR MENOS

Grãos refinados, amido, açúcares
Não mais que 1 ou 2 porções ao dia.

Carne processada
Não comer.
Ex: cachorros-quentes, bacon, salsicha, pepperoni, salame, frango processado, peru e presunto

Carne vermelha
2 a 3 porções por semana.

Gorduras trans industriais
Não comer
Evitar comidas feitas com óleos vegetais hidrogenados.

Bebidas adoçadas
Não beber
Incluem: refrigerantes, bebidas energéticas, esportivas, ice tea, etc.
Deve-se levar em conta não só a quantidade de açúcar em si mas o fato de que açúcares com baixo teor de fibras e refinados são igualmente prejudiciais.

Álcool
1 drink ao dia para mulheres e 2 drinks por dia para o homem.
Para os que tem o hábito de beber, consumo leve não traz problema.
Não há diferença entre vinho, cerveja e destilados.

Sódio
Não mais que 2g ao dia.
Evitar acrescentar embalagens de restaurantes no alimento servido.
As principais fontes incluem pão, frango, queijo, carnes processadas, sopas e alimentos enlatados.

sexta-feira, 6 de maio de 2016

Hipertensão Arterial Matinal e a Incidência de Doença Coronariana e Acidente Vascular Cerebral

Falo hoje aqui sobre mais um artigo recente publicado que é o resultado de um estudo chamado HONEST que avaliou a importância da medida matinal da pressão arterial e correlacionou com a incidência de doença coronariana (placas de gordura que obstruem as coronárias que são as artérias que nutrem o coração) e acidente vascular cerebral (AVC). Nesse estudo foram avaliados mais de 21mil pacientes TRATADOS de hipertensão e demonstrou que o número de AVCs foi significantemente maior naqueles que a pressão arterial matinal estava acima de 145mmHg (14,5) e a incidência de doença coronariana foi significantemente maior naqueles cuja pressão arterial matinal estava acima de 155mmHg (15,5).

       Isso traz à tona uma importância não conferida anteriormente a pacientes que amanhecem com a pressão alta e que demonstram, na média, a pressão controlada no decorrer do dia. O estudo classificou a pressão arterial matinal com um forte preditor de doença arterial coronariana e acidente vascular cerebral no futuro.