domingo, 16 de março de 2014

Sibutramina para emagrecer - vale à pena?


       Substância muito difundida aqui no Brasil, a sibutramina é usada frequentemente por quem quer emagrecer. Ela já foi proibida nos EUA e na Europa porém aqui continua sendo vendida com receituário controlado.
            Afinal, o que é a sibutramina?
            Essa substância, inicalmente elaborada para funcionar com anti-depressivo, age do sistema nervoso central aumentando a sensação de saciedade. Ou seja, eliminando aquela sensação de fome, de que precisa comer mais e assim, fazendo a pessoa perder peso.
            Desde o início de seu uso, percebeu-se que a sibutramina provocava aumento de pressão arterial e acelerava os batimentos, o que levou a um uso cauteloso em pacientes com essas características. Porém, há pouco tempo, um grande estudo envolvendo mais de 10mil pacientes, mostrou que a sibutramina aumenta significantemente a mortalidade cardiovascular  , a incidência de infarto e AVC o que levou a proibição da droga nos EUA e na  Europa. Aqui, após este estudo, a ANVISA (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) que regula a fabricação e venda de medicamentos no Brasil, lançou uma ofensiva contra a sibutramina porém não foi suficiente para vencer os interesses dos laboratórios farmacêuticos que tem importante lucro com a venda da droga no Brasil e ela continua sendo liberada por aqui.
            É importante ressaltar que no Brasil existe e sempre existiu um uso indiscriminado da substância, médicos que vendem resultado de emagrecimento a prescrevem de forma difusa, sem muita preocupação com o histórico médico da paciente (às vezes desconhecido do próprio paciente) confiando, principalmente, na pouca idade, público que costuma procurar esse tipo de serviço.
            A sibutramina é uma droga que requer todo o cuidado na sua prescrição e foi proibida no mundo todo menos no Brasil. Será que somos os únicos certos?
            Um abraço!

quinta-feira, 6 de março de 2014

Exames Contrastados

              Muitas pessoas se assustam na hora de realizar um exame contrastado, principalmente quando é com contraste venoso. Nos laboratórios que realizam é dado um questionário cujas perguntas assustam e muitas vezes o psicológico já vem abalado por relatos prévios de coisas catastróficas relacionadas a contraste. Vamos tentar hoje desmistificar um pouco e entender o que realmente se deve preocupar em termos de contraste. Para que serve o contraste?
Contraste é tudo igual?  Todos eles são perigosos?
            Em primeiro lugar, para que serve o contraste? O contraste veio para melhorar a acurácia da imagem radiológica. Os exames simples de raios-X são muito limitados principalmente para visualização de tecidos "moles" por serem radiotransparentes. O contraste melhorou demais isso, conseguiu-se ter uma visão bem melhor de ógãos internos. A maioria dos contrastes venosos é a base de iodo e aí que começam os problemas. Muitas pessoas são alérgicas ao iodo, já tem relatos de reações prévias (mesmo a iodo usado em curativos simples) ou alergias que podem estar relacionadas (frutos do mar, por exemplo) e, nesses, se o exame é imprescindível, deve optar por uma dessensibilização usando drogas antialérgicas e corticosteroides antes do exame. Outro problema é que o contraste iodado é tóxico para os rins. Eles á evoluíram muito, cada vez são mais seguros, mais ainda, numa pequena parcela, pode acontecer da função renal ter algum prejuízo, normalmente pequeno e transitório (embora possa ser grave em número reduzido de casos). Para isso, ter o paciente bem hidratado, estimular bastante o rim a funcionar ajuda, principalmente se o paciente já tem algum grau de disfunção renal.
            Uma vez que se fala em "contraste" o leigo imagina que seja tudo igual e não é. Os exames radiológicos (raio-X, tomografias e angiotomografias) usam normalmente contrastes iodados e, hoje em dia cada vez menos, com bário, principalmente para exames radiológicos do trato digestivo. Os exames de ressonância magnética usam um tipo diferente de substância que não é iodada, é bem menos alergênica porém pode ter problema renal (principalmente em quem já tem algum problema) e os exames cintilográficos tem outros tipos de contrastes, tambpem sem iodo, que são bastante seguros tanto do ponto de vista alergênico quanto do ponto de vista renal.
 É importante ressaltar que muitas vezes não existem opções e o exame contrastado tem de ser feito. Um exemplo clássico disso é o cateterismo cardíaco, pode ser salvador de vidas porém envolve o uso do contraste iodado radiológico. Tanto o médico solicitante desses exames tanto o que realiza devem estar bastante atentos ao motivo para pedir, o benefício de sua realização, possíveis efeitos adversos e como manejá-los.

            Um abraço a todos.