Há algum tempo que vem se falando em objetivos no tratamento
da hipertensão arterial. As metas do tratamento costumam ficar no famoso “12
por 8” ou, falando corretamente, 120x80mmHg (milímetros de mercúrio). Porém
será que essa meta é boa para todos?
Não temos
dúvidas que um jovem hipertenso tem grande benefício em manter tais metas,
certamente reduziria bastante o risco de doenças cardiovasculares graves e de
eventos como infarto do miocárdio, acidente vascular cerebral, doença renal e
outros. Porém o grande desafio se dá em outra população, os idosos acima de 60
anos. Será que devemos buscar o 120x80mmHg para eles também?
Pelas novas
diretrizes internacionais de hipertensão a reposta é não. As metas de
tratamento são avaliadas caso a caso, levando em conta a idade e o tipo de
doença associada que o paciente tem como
vou demonstrar a seguir.
Para os
paciente maiores de 60 anos que não são portadores de doença renal, diabetes ou
doença nas coronárias (obstrução nas artérias que alimentam o coração), a meta
atual é reduzir a pressão arterial máxima para abaixo de 150 (15) e a mínima
para abaixo de 90 (9)mmHg. Para os paciente com menos de 60 anos a meta é
reduzir a pressão arterial máxima para menos de 140 (14) e a mínima para menos
de 90 (9) mmHg. Se o paciente tem qualquer idade mas é portador de doença
renal, diabetes ou doença coronariana a meta também é pressão arterial máxima
menor que 140 (14) e a mínima menor que 90 (9) mmHg.
Nos idosos,
a redução da pressão arterial para valores muito abaixo disso, além de não ter
benefício adicional, existe um risco da circulação cerebral não suportar
valores mais baixos e dos mecanismos normais de manutenção da pressão arterial
falharem em mantê-la em situações especiais como levantar-se, ficar muito tempo
em pé e isso aumentar o risco de quedas, fraturas, acidentes vasculares
cerebrais e comprometer assim a duração e qualidade de vida do idoso.