terça-feira, 31 de outubro de 2017

Síndrome Metabólica

Síndrome Metabólica

Muitas pessoas procuram atendimento médico e durante avaliação o paciente se apresenta com um perigoso conjunto de fatores que englobam: obesidade central (acúmulo de gordura no abdome e tronco), hipertensão, diabetes, colesterol bom baixo e triglicerídeos elevados. Esse conjunto nocivo tem o nome de síndrome metabólica ou síndrome X ou Síndrome de resistência a insulina. A obesidade é o fator central dessa síndrome ela tem o poder de aumentar significantemente a incidência de doenças cardiovasculares, infartos, acidentes vasculares cerebrais, acúmulo de gordura no fígado (podendo ocorrer hepatopatia não alcoólica), diabetes e suas complicações.
Para confirmação do diagnóstico, é preciso que haja pelo menos 3 dos seguintes fatores:
Obesidade central com aumento da circunferência abdominal: maior ou igual 90cm para homens e maior ou igual a 80cm para mulheres;
Aumento de triglicerídeos: maior ou igual a 150mg/dl ou uso de medicação;
Redução do HDL colesterol: menor ou igual a 40mg/dl para homens e menos ou igual a 50 para mulheres;
Hipertensão: maior ou igual a 130mmHg de pressão sistólica (máxima) e maior ou igual a 85mmHg de pressão diastólica (mínima) ou diagnóstico prévio ou uso de medicação.
Aumento da glicose de jejum: maior ou igual a 100mg/dl ou uso de medicação.
A abordagem deve ser feita com o objetivo de reduzir o peso, mudar a composição corporal, reduzir o acúmulo de gordura abdominal. Redução da ingesta calórica, atividade física e uso de medicações específicas quando necessárias (anti-hipertensivos, drogas para colesterol elevado, para triglicerídeos elevados e medicações no aúxílio a perda de peso).
Se você se encaixa nestes fatores, fique atento, ligue o sinal de alerta, o seu caminho está perigoso. Procure seu médico  e ouça o que ele tem a dizer.
Gostou? Tem dúvidas? Entre em contato, deixe seu comentário, crítica ou pergunta.

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sexta-feira, 21 de abril de 2017

Vamos falar sobre medicação pra reduzir o colesterol.


As medicações para baixar o colesterol estão entre as mais prescritas no mundo. As chamadas estatinas (no Brasil temos a sinvastatina, atorvastatina, rosuvastatina, pravastatina e pitavastatina) são campeãs de vendas dos laboratórios. Mas todos tem de tomar? Elas são seguras? 
Se o paciente não tem doença vascular documentada (coronárias, carótidas, doença arterial periférica), não sendo considerado de alto risco para doença coronariana (obstruções nas coronárias que levam ao infarto), as estatinas só estão indicadas para níveis muito alto de colesterol. Fora isso, temos de (mais uma vez) levar uma vida mais saudável, comer bem, comer gorduras boas, fugir dos açúcares e fazer atividade física.
A questão da necessidade de tomar ou não deve ser analisada por um aspecto individual e não somente pelos níveis acima da faixa normal que se deve iniciar a medicação. Para o médico e para o paciente, é um caminho mais fácil, se reduz o número, tem um resultado comprovado laboratorialmente, o paciente fica feliz. Isso era realmente necessário? 
Quanto a segurança, normalmente são bem toleradas. Os efeitos adversos mais comuns são dores musculares e transtornos hepáticos leves, ambos facilmente reversíveis com a interrupção do tratamento.
Dar remédio pra reduzir uma taxa sem analisar o contexto é tratar número, tratar exame e todo e qualquer exame complementar deve ser analisado em um contexto clínico, não só o número em si. 
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segunda-feira, 14 de novembro de 2016

Hipertensão na Gestação


A gestação é um período especial, entre tantos aspectos é um período onde a paciente vai ao médico não por ter algo ruim acontecendo, mas por um motivo bom. Quando tem algo errado, hipertensão por exemplo, o médico precisa ter a sensibilidade de saber que aquela paciente não é uma paciente comum. A hipertensão na gestação é um risco a saúde materna e fetal e precisa ser combatida com veemência. Se culminar com a eclâmpsia (falarei dela em outro post) é risco de morte para ambos. Para isso, é fundamental uma excelente interação entre cardiologista e obstetra e a aderência ao tratamento da futura mamãe. A hipertensão na gestação provoca alterações no fluxo placentário e isso é causa frequente de abortamento. 
Pacientes obesas, que já sejam hipertensas, diabéticas ou que já tiveram gestação com hipertensão prévia, eclâmpsia ou pré-eclâmpsia estão sob maior risco de desenvolver hipertensão na gestação.
Vivam com saúde!

domingo, 13 de novembro de 2016

Marcapasso


Recentemente um diagnóstico motivou uma indicação numa paciente relativamente jovem para implante de um marcapasso. Isso normalmente gera uma certa comoção entre o paciente e seus familiares então resolvi falar um pouco aqui sobre isso: o que é um marcapasso cardíaco?
Todos nós temos uma área no coração que é responsável pela geração do estímulo que ativa o músculo cardíaco e que faz com que ele contraia (bata) na freqüência exigida a cada momento. Dessa forma, em repouso ele está mais devagar, se tomamos um susto ou fazemos um esforço físico, ele se acelera. Pois bem, em algumas pessoas, às vezes causado por problemas estruturais do coração ou podendo ser apenas por falha das células responsáveis pela geração ou transmissão desse estímulo, esse mecanismo falha e o coração não bate mais numa frequência suficiente para atender às necessidades do organismo e então algo precisa ser feito para corrigir isso. Medicações, doença coronariana, intoxicações podem causar isso e são causas tratáveis e reversíveis porém, muitas vezes, não tem como reverter e então é necessário o implante do marcapasso. A
cirurgia em si é simples pois o aparelho em fica no embaixo da pele no tórax e, através de uma veia, os cabos com os eletrodos vão até dentro do coração. Ou seja, não abre o peito para implantá-lo. Após o implante, normalmente o paciente tem um grande ganho de qualidade de vida. O coração bate numa freqüência adequada, as quedas acentuadas que podem causar desmaios e descompensações clínicas deixam de acontecer e medicações que causam queda da freqüência cardíaca podem, se necessárias, ser prescritas sem sustos. Cuidados devem ser tomados com campos magnéticos como aparelhos de ressonância magnética e, em caso de necessidade de submeter-se a cirurgia, o uso do bisturi elétrico dependendo da localização da cirurgia pode exigir uma reprogramação do marcapasso.
Ter de implantar um marcapasso não é o fim do mundo, normalmente é um reinício de uma vida com mais qualidade.
Vivam com saúde!

segunda-feira, 7 de novembro de 2016

Você já Sentiu Palpitações


Palpitações, você já sentiu?
É comum na prática diária, essa queixa dos pacientes, muitos se queixam de palpitações que vem a ser, normalmente, sentir o coração bater mais rápido ou irregularidades no batimento. Essa queixa sempre requer uma avaliação cardiológica pois pode ser o ponto de partida para o diagnóstico de uma arritmia cardíaca. E o que são arritmias? São alterações do ritmo cardíaco que podem ser pra mais rápido (taquicardia), pra mais devagar (bradicardia) ou apenas irregular. Na maioria das vezes os sintomas de palpitação vem em fases mais estressantes da vida e na investigação não é encontrado nada de mais grave porém uma parcela significativa dos queixosos a investigação acha sim arritmias mais ou menos perigosas que requerem tratamento. Arritmias podem ser causa inclusive de morte súbita e uma avaliação minuciosa deve ser feita, várias substâncias e medicamentos além de hábitos de vida concorrem para melhorar ou piorar sintomas de arritmias. 
Você sente palpitações? Procure um cardiologista e viva com saúde!

sábado, 5 de novembro de 2016

Obesidade e Testosterona


Podemos enumerar várias causas aqui para combater a obesidade, todas elas relacionadas com saúde e com qualidade de vida e existe todo aquele lugar comum quando falamos que o obeso tem mais hipertensão, tem mais diabetes, tem mais doenças do coração, tem mais problemas ortopédicos, etc. Porém tem algo que é pouco dito que é a associação da obesidade com baixa disponibilidade de testosterona para o homem. Os mecanismos metabólicos da obesidade também alteram o funcionamento da hipófise, que resulta em redução da estimulação do testículo para a produção de testosterona. Além disso, o tecido gorduroso não só preenche espaço e aumenta peso, ele secreta e metaboliza substâncias e faz, inclusive, conversão da testosterona em estrona (hormônio feminino), contribuindo assim ainda mais pra redução dos níveis de testosterona. 
O homem com baixa de testosterona apresenta vários problemas: desânimo, perda de libido (interesse sexual), perda de força muscular, depressão além de piora dos metabolismos da glicose e das gorduras. 
Vivam com saúde!

sexta-feira, 4 de novembro de 2016

Angioplastia Coronariana


A angioplastia coronariana é um procedimento realizado para desobstrução de uma artéria coronária que esteja total ou parcialmente obstruída por placas de gordura e/ou coágulos. Consiste em ir com um cateter até o local da obstrução, ultrapassá-la, nesse cateter existe um balão em sua extremidade e esse balão é inflado no local da obstrução, empurrando de lado as paredes da artéria e abrindo a oclusão. Quase na totalidade dos casos, após a obstrução ser aberta pelo balão, é colocado ali uma prótese chamada de stent. Este visa impedir o retorno da lesão para que o vaso permaneça aberto. 
Um dos grandes erros dos pacientes é achar que o problema está resolvido, que uma angioplastia com implante de stent é garantia de artéria aberta para sempre e não é! O stent pode fechar, pode aparecer nova obstrução, pode aparecer um coágulo dentro do stent. Por isso, após esse procedimento, toda medida de vida saudável somado aos remédios obrigatórios nesse caso, fazem-se necessários para que não aconteça novamente.
Remédios + atividade física + alimentação saudável + controle dos marcadores sanguíneos aumentam sobremaneira o sucesso a longo prazo do procedimento. 
O trabalho mais eficaz do cardiologista é que o paciente jamais venha a precisar de tal procedimento.
Vivam com saúde!