domingo, 28 de julho de 2013

Diabetes e hemoglobina glicosilada


            O paciente diabético costuma ficar bastante ligado nos valores da glicose de jejum e, muitos, nos testes de glicemia capilar (aquele que espeta o dedo e mede num aparelho), que são medidas válidas para auxiliar no controle da doença. Porém, devemos sempre estar atentos que o parâmetro de controle do diabetes é uma medida laboratorial chamada hemoglobina glicosilada ou hemoglobina glicada.
            Esse parâmetro laboratorial nos dá uma medida fidedigna de como se comportou a glicemia pelos últimos 3 meses pelo menos. Ou seja, uma glicose de jejum normal porém com uma hemoglobina glicosilada aumentada indica que o diabetes NÃO está controlado. O paciente e o médico devem estar atentos a este parâmetro. De outra partida, um paciente pode estar com uma glicemia de jejum alterada porém se a hemoglobina glicosilada estiver normal, o tratamento pode ser mantido como está pois o controle foi alcançado.
            Existem algumas diferenças de um laboratório para outro mas, na grande maioria, considera-se ideal o valor de hemoglobina glicosilada entre 6,0 e 7,0 para quem é diabético. E esse deve ser o parâmetro de controle utilizado. Medidas abaixo de 6,0 nos diabéticos também devem chamar atenção do médico pois pode indicar que o paciente esteja sob risco ou mesmo fazendo hipoglicemias (glicose muito baixa) e estas são especialmente danosas para o coração e o cérebro além do risco de queda (especialmente em idosos).

            Converse com seu médico!

quinta-feira, 25 de julho de 2013

Tromboangeíte Obliterante

Tromboangeíte obliterante (ou doença de Buerger) é uma incomum doença onde os pequenos vasos sanguíneos se inflamam, ficam com as paredes edemaciadas e podem ser completamente obstruídos por coágulos sanguíneos. Os vasos sanguíneos das extremidades (mãos e pés) são especialmente afetados o que pode culminar com necessidade de amputações sucessivas dos membros.
É extramente relacionada ao cigarro e o mais comum é a doença aparecer em homens, fumantes, adultos jovens, com idade  mais comum em torno de 20 a 40 anos de idade, muitos pacientes tem higiene dentária ruim e apenas 1 a cada 10 pacientes são mulheres.

Sinais e sintomas:

 -  dedos das  mãos e dos pés podem estar pálidos, vermelhos, azulados ou gelados
        - dor nessas extremidades aguda, severa, por vezes em repouso que piora quando exposto ao frio ou estresse emocional
        - queimação e formigamento
     - dor em pernas, tornozelos e pés ao caminhar (claudicação intermitente)
     - aparecimento de pequenas feridas (úlceras) dolorosas nos dedos das mãos ou pés
         - usualmente 2 ou mais membros são afetados

            Diagnóstico:

            Vem normalmente através de exames de imagem como ultrassonografias com doppler (medida de fluxo) dos vasos e arteriografia (exames contrastado em que se vê a obstrução dentro das artérias). Além disso, exames laboratoriais que mostram evidências de outras doenças que podem levar a casos semelhantes como doenças autoimunes, vasculites, aterosclerose e diabetes devem ser feitos.

            Tratamento:

            Não existe cura e tratamento específico para a tromboangeíte, a doença é de prognóstico ruim e a cessação do tabagismo é fundamental para evitar a progressão da doença. Às vezes a evolução para gangrena e morte do tecido impõe a retirada cirúrgica daquela área, que pode ser apenas uma ferida ou um membro.


segunda-feira, 22 de julho de 2013

Cardiopatia Hipertrófica.

            Cardiomiopatia hipertrófica é uma condição onde o coração ou uma parte dele se torna mais espesso que o normal e isso pode ser causa de muitos problemas como obstrução ao fluxo de saída de sangue do coração, dificuldade do coração relaxar para se encher de sangue e, pela desorganização das fibras musculares, ser causa de arritmias perigosas. É uma doença genética, normalmente com casos na mesma família e os jovens costumam apresentar as formas mais severas porém pode ser vista em todas as faixas etárias.
            Muitas vezes a doença não tem sintomas e o primeiro sintoma a aparecer é o colapso (síncope) podendo, inclusive, apresentar morte súbita que é normalmente causada por arritmias severas ou por obstrução ao fluxo sanguíneo dentro do coração. Outros sintomas incluem dor torácica, falta de ar, tonteiras, vertigens e palpitações.
            O diagnóstico vem normalmente através de um ecocardiograma porém outros exames podem ser realizados não só para o diagnóstico da doença como para avaliar o risco de morte súbita do paciente. Baseado nesses exames, o tratamento pode ir desde medicação para prevenir arritmias até o implante de marca-passos e cardiodesfibriladores implantáveis que vem a ser dispositivos que reconhecem arritmias fatais e dão choques intracardíacos para reverterem-nas.

            Muitas vezes a obstrução ao fluxo sanguíneo se torna tão severa que uma cirurgia pode necessária para desobstrução. Como é uma doença genética, faz parte da avaliação, uma vez diagnosticado um caso na família, o aconselhamento genético para identificar os susceptíveis e iniciar o tratamento de prevenção à morte súbita antes dos primeiros sintomas.
            Caso emblemático de morte por cardiomiopatia hipertrófica aconteceu quando o jogador Serginho, do São Caetano, morreu em campo numa partida pelo campeonato brasileiro em 2004.

sábado, 13 de julho de 2013

Doença Pulmonar Obstrutiva Crônica - Bronquite Crônica e Enfisema Pulmonar


            A Doença Pulmonar Obstrutiva Crônica compreende tipos de doenças pulmonares que, como o nome diz, promovem obstrução ao fluxo de ar. Porém, ao contrário do que se pode imaginar, a obstrução é para a sápida de ar dos pulmões e não para entrada. Os tipo de doenças incluídas nesse tipo são a bronquite crônica e o enfisema pulmonar.
            A nossa árvore respiratória é flexível e elástica em pessoas saudáveis e, no final dela, tem pequenos "sacos" de ar que se enchem de ar quando inspiramos e se esvaziam na expiração e então os pulmões se retraem de novo. Nos paciente s portadores de DPOC esses sacos perdem sua forma e boa parte de sua funcionalidade e a inflamação crônica ajuda a piorar o problema.
            De longe, a maior causa de doença pulmonar obstrutiva crônica é tabagismo, porém inalação de poluentes, partículas, substâncias químicas podem contribuir para a progressão da doença. Existe uma doença genética que também pode ser causa de enfisema pulmonar em não fumantes, mas é rara.
            O tratamento visa frear a progressão da doença e controlar os sintomas mas não existe cura. Fisioterapia respiratória , reabilitação pulmonar, medicamentos, tudo visa melhorar e respiração, aliviar os sintomas e tentar prevenir a maior causa de internação desses pacientes: a infecção respiratória (pneumonia) e muitas vezes a oxigenioterapia é necessária. Esse tipo de paciente tende a acumular secreção nos brônquios e alvéolos, piorando ainda mais a situação. O acompanhamento com pneumologista é fundamental.
            Aos fumantes, fica o alerta, quanto antes parar, melhores as chances.

            

domingo, 7 de julho de 2013

Trombose Venosa Profunda


     Trombose venosa profunda (TVP) é quando um coágulo de sangue (trombo) se forma dentro de uma veia profunda,  isso acontece normalmente nas veias profundas das pernas e coxa e se configura uma condição séria já que, se um trombo ou parte de dele se desprende, ele navega pelo sistema venoso, chega ao coração e daí é bombeado para os pulmões, causando uma condição gravíssima chamada embolia pulmonar.
            Os sintomas consistem principalmente em: inchaço, dor, vermelhidão  na área acometida e o tratamento consiste em medicamentos para aliviar a dor e a inflamação  e, principalmente, medicamentos que impedem a formação de novos coágulos, chamados anticoagulantes.  Além disso, colocar a área para o alto, aplicar calor úmido e boa hidratação podem ajudar.
            A trombose venosa profunda é um grande problema por sí só, mas ela também pode chamar a atenção para problemas cardíacos, pulmonares, doenças autoimunes e doenças malignas. Em qualquer condição que force a imobilidade do paciente (ex: cirurgia ortopédica, pacientes acamados permanentes),  o médico assistente  deve avaliar se existe a necessidade de medicação para prevenir a trombose venosa profunda. Em algumas situações como viagens longas, simples atitudes como periodicamente levantar e dar uma breve caminhada e/ou uso de meias elásticas com compressão podem ser suficientes para evita-la.

            O diagnóstico é feito através de uma exame de doppler que avalia o fluxo nas veias e vê a área trombosada com grande sensibilidade , feito o diagnóstico o tratamento deve ser iniciado imediatamente. Devemos estar atentos a inchaços nas pernas, principalmente se acometer uma perna só em pessoas que passam longos tempos de imobilidade (sentado ou deitado), a trombose venosa profunda pode resultar numa embolia pulmonar que pode ser fatal.

segunda-feira, 1 de julho de 2013

Divertículos e Diverticulite


Os divertículos intestinais são pequenas bolsas que aparecem na parede do intestino (normalmente no intestino grosso) que fazem protuberância para fora do intestino. Quanto mais idade, mais comum a presença de divertículos no intestino e podem estar associados a dor abdominal e alterações do trânsito intestinal principalmente constipação (prisão de ventre).
A presença de divertículos está associado a uma dieta pobre em fibras e , quando sintomáticos, uma alteração alimentar pode ser suficiente para melhorar os sintomas. Para tanto o auxílio de um profissional nutricionista deve ser solicitado. Os problemas aparecem quando, possivelmente devido a acúmulo de material fecal dentro dos divertículos e/ou oclusão de sua abertura por sementes ingeridas, o divertículo infecta e inflama causando a diverticulite. O que é um problema muitas vezes silencioso se transforma numa infecção aguda, severa que necessita, muitas vezes , internação para tratamento e antibioticoterapia  venosa dependendo do estado do paciente. Sempre lembrando que a maioria acometida é de idosos.
            A diverticulite não complicada é tratada com antibióticos e uma dieta bem direcionada porém, havendo perfuração o tratamento passa a ser cirúrgico e se configura uma emergência médica.
         Devemos estar sempre atentos a idosos com dores abdominais (principalmente à esquerda) quanto a possibilidade de diverticulite  e devemos tratar com rapidez. O diagnóstico da doença diverticular  é feito muitas vezes acidentalmente pela colonoscopia feita para pesquisa de câncer de cólon e da diverticulite é confirmado através de imagem abdominal predominantemente tomografia.

            Fiquem atentos, um abraço!