sábado, 26 de outubro de 2013

Embolia Pulmonar


            Embolia pulmonar é o súbito bloqueio por um coágulo de uma das artérias pulmonares ou de seus ramos, é uma entidade muito perigosa devido ao risco de morte alto que  representa.
       As artérias pulmonares são de suma importância porque através delas que o  coração consegue mandar o sangue para ser oxigenado nos pulmões. Se elas se obstruem, o sangue não passa pelo pulmões e então não se oxigena e, mesmo sem nenhuma obstrução das vias respiratórias, o paciente sofre com falta de oxigênio.
            A causa mais comum de embolia pulmonar vem de longe, das pernas, é a trombose venosa profunda que consiste na formação de coágulos nas veias das pernas. Se um coágulo ou parte de dele se solta, ele sobe pelas veias, atinge o coração e, ao ser bombeado pelas artérias pulmonares, causa a embolia pulmonar. Outra condição predisponente é um tipo específico de arritmia cardíaca chamada fibrilação atrial, na qual existe o risco de formação de coágulos dentro do coração. Se esses coágulos se formarem dentro do átrio direito, existe o risco dele se soltar e ir para as artérias pulmonares.
            Os sintomas mais comuns são: falta de ar, normalmente súbita e intensa, dor no tórax, tosse podendo haver secreção com sangue e, nos casos mais graves, perda da consciência, coloração azulada dos lábios e pele (cianose) e morte.

            O tratamento normalmente se faz com o suporte respiratório e o uso de anticoagulantes, nos casos mais extremos uma cirurgia para retirar o trombo. O mais importante para se evitar a embolia pulmonar é a prevenção da trombose venosa profunda que usualmente acomete pacientes acamados que não andam e pessoas com condições de risco após vôos longos de avião. A prevenção da trombose se faz com medicações anticoagulantes, uso de meias de compressão e exercícios  nas pernas nas situações de imobilidade forçada. 

segunda-feira, 21 de outubro de 2013

Pílula Anticoncepcional


            Os contraceptivos orais (pílula anticoncepcional) é talvez hoje o método anticoncepcional mais comum entre as mulheres. É, sem dúvida, o mais eficaz com taxa de sucesso em torno de 99%.

Como agem?
            A pílula anticoncepcional mais comum é uma combinação de estrógenos e progesterona, ambos hormônios femininos que, tomado da forma correta, engana as glândulas do corpo da mulher e assim inibe a ovulação que é a liberação do óvulo pelos ovários. Para tanto, é necessário que ele seja tomado diariamente, de preferência da mesma hora do dia, respeitando o número de comprimidos na cartela e a pausa recomendada (varia de marca para marca).

            É importante sempre lembrar que a pílula protege APENAS contra uma gravidez indesejada mas jamais protege de uma doença sexualmente transmissível como AIDS, sífilis, gonorreia e outras.

Perigos?
            Sim, como é uma medicação hormonal, a pílula pode provocar alguns distúrbios. Alguns são leves como náuseas, pequenos inchaços, dor em mamas, ganho de peso, crescimento de pelos, alteração da libido (apetite sexual), acne (espinhas), alterações menstruais, aparecimento de secreção vaginal e muitos outros. Porém outros podem ser mais sérios e, dentre eles, destaca-se  o aumento do risco de trombose (sangue coagular dentro das  veias sem que haja corte ou ferimento). Esse risco aumenta bastante quando a pílula se associa ao cigarro e em mulheres acima de 35 anos.
            Outra precaução a ser tomada é quando se tem uma história familiar forte de câncer de mama ou se já apresenta alterações na mamografia. O risco de se tomar um contraceptivo deve ser avaliado pelo ginecologista/mastologista.

O que pode causar perda da eficácia?
            O anticoncepcional pode perder eficácia se não for tomado corretamente, apresentar falhas. Um único dia sem tomar pode representar risco de ovulação e assim, risco de gravidez. Problemas intestinais que cursam com diarreia ou vômitos podem causa perda da absorção do comprimido e, assim, falha na ingestão.
            Existem algumas medicações que também podem atrapalhar a ação da pílula com alguns antibióticos e anticonvulsivantes. Portanto é muito importante avisar seu médico de toda e qualquer medicação usada em conjunto com os anticoncepcionais. Mesmo aquelas medicações mais comuns compradas facilmente sem receita como analgésicos, antigripais, etc.

            É importante sempre ressaltar que anticoncepcional é remédio e que, como tal, tem indicações, contra-indicações, efeitos colaterais e reações adversas. Além disso, o seu uso não torna o sexo seguro, somente o preservativo o faz. Fale SEMPRE com seu médico.  

sexta-feira, 18 de outubro de 2013

18 de outubro, dia do médico.

Desejo, neste dia, dias melhores na vida de meus colegas, de nossos pacientes e da sáude em geral!
Um abraço e todos os médicos do Brasil.
Fiquem com Deus e boa sorte!
Que estas palavras abaixo não fiquem esquecidas.


Juramento de Hipócrates

"Eu juro, por Apolo médico, por Esculápio, Hígia e Panacea, e tomo por testemunhas todos os deuses e todas as deusas, cumprir, segundo meu poder e minha razão, a promessa que se segue: 

Estimar, tanto quanto a meus pais, aquele que me ensinou esta arte; fazer vida comum e, se necessário for, com ele partilhar meus bens; ter seus filhos por meus próprios irmãos; ensinar-lhes esta arte, se eles tiverem necessidade de aprendê-la, sem remuneração e nem compromisso escrito; fazer participar dos preceitos, das lições e de todo o resto do ensino, meus filhos, os de meu mestre e os discípulos inscritos segundo os regulamentos da profissão, porém, só a estes. 

Aplicarei os regimes para o bem do doente segundo o meu poder e entendimento, nunca para causar dano ou mal a alguém. 

A ninguém darei por comprazer, nem remédio mortal nem um conselho que induza a perda. Do mesmo modo não darei a nenhuma mulher uma substãncia abortiva.  

Conservarei imaculada minha vida e minha arte. 

Não praticarei a talha, mesmo sobre um calculoso confirmado; deixarei essa operação aos práticos que disso cuidam. 

Em toda casa, aí entrarei para o bem dos doentes, mantendo-me longe de todo o dano voluntário e de toda a sedução, sobretudo dos prazeres do amor, com as mulheres ou com os homens livres ou escravizados. 

Àquilo que no exercício ou fora do exercício da profissão e no convívio da sociedade, eu tiver visto ou ouvido, que não seja preciso divulgar, eu conservarei inteiramente secreto. 

Se eu cumprir este juramento com fidelidade, que me seja dado gozar felizmente da vida e da minha profissão, honrado para sempre entre os homens; se eu dele me afastar ou infringir, o contrário aconteça."

terça-feira, 15 de outubro de 2013

Ao Mestre com Carinho



             Hoje o tema é não médico, embora sejamos, como todas as classes, dependentes deles. Falo dos professores. Classe linda de profissionais que se dedicam à formação de outros profissionais e cidadãos.
            Tive muitos, desde o ensino fundamental, médio, superior e pós-graduação. Muitos foram comuns, sendo que a atividade "comum" do professor é linda por sí só e outros foram fantásticos, fizeram diferença. Lembro de muitos, acho que quase todos, alguns me metiam medo, outros admiração  e certamente sempre tem aqueles que ficam pra sempre no coração. Em especial,  lembro daqueles que, mesmo sem ser professor de profissão, ou daqueles que até são professores mas em situações onde não tinham a obrigação de sê-lo, tiveram a boa vontade e a dignidade de estender a mão e presentear a mim e outros com seu conhecimento.
            Quero deixar o meu apoio, meus parabéns, minha solidariedade e meu carinho  a essa classe tão desrespeitada por todas as esferas do poder durante tantos anos. Os profissionais de educação merecem muito, certamente muito mais do que tem, não deveriam precisar ir para as ruas e apanhar de polícia para tentar obter algum melhora nas suas condições de trabalho e remuneração.
            Ao mestre com carinho! Um beijo grande a todos os professores!

Fiquem com Deus! 

domingo, 13 de outubro de 2013

Cirugia é pra sempre?

            Hoje com o os procedimentos cardiológicos que visam restabelecer o fluxo num coração que estava com uma ou mais artérias obstruídas, uma pergunta é feita: uma vez feito o procedimento, o problema está resolvido? A resposta é: depende.
            Não podemos nos esquecer dos fatores que levaram ao desenvolvimento da doença aterosclerótica que entupiu artérias do coração que vem a ser pressão alta, fumo, colesterol alto, diabetes, sedentarismo, obesidade, história genética entre outros. Então, mesmo sendo uma ou mais artérias obstruídas reabertas por uma cirurgia ou angioplastia, se não tratarmos e mantivermos os fatores de risco existentes sob controle, não há NADA que impeça o desenvolvimento de novas obstruções nas artérias que foram desobstruídas ou em outras artérias.
            É importante ter em mente que, após um procedimento de desobstrução, resolve-se apenas a obstrução porém  a (s) doença (s) que levaram os evento final que é o entupimento não tem cura, apenas controle. Hoje conta-se com um arsenal terapêutico grande para a manutenção dos fatores de risco controlados: anti-hipertensivos, remédios para o colesterol, remédios que bloqueiam a coagulação do sangue (entre eles a boa e velha aspirina), remédios que fazem o coração funcionar de forma mais devagar e mais econômica entre outros. Tudo isso associado a vida mais saudável, como controle alimentar (consulta numa nutricionista é importante) e atividade física, aumentam e muito a chance de que o procedimento seja eficaz e, principalmente, único. Que nunca mais haja necessidade de procedimentos desse porte.
            A todos que sofreram procedimentos ou tem familiares que sofreram, tenha isso em mente, nada está curado. Se não cuidar, as coisas pode m voltar. Tomar os remédios e cuidar da saúde física e mental faz toda a diferença.

            Um abraço e até a próxima.

domingo, 6 de outubro de 2013

Cardioversor Desfibrilador Implantável (CDI)


         Como o último texto foi sobre marcapasso, hoje complemento falando sobre o que foi uma grande evolução dos dispositivos implantáveis. Após o desenvolvimento dos marcapassos, que protegem do coração bater devagar demais, arritmias graves, que colocam o paciente em risco de morte súbita (também já falado aqui anteriormente), tiveram sua história modificada com o advento dos cardioversores desfibriladores implantáveis (CDI).
            O que são desfibriladores?
            São dispositivos capazes de descarregar cargas elétricas e, com isso, organizar a atividade elétrica do coração. Eles são aqueles aparelhos que aparecem em filmes que, durante uma parada cardíaca, os médicos colocam as pás no tórax do paciente, vem aquele choque que arqueia o corpo do paciente, e o paciente então revive.
            Anteriormente, tudo dependia do paciente chegar em tempo hábil numa emergência para que houvesse tempo e chance de ser desfibrilado. Com o advento dos desfibriladores implantáveis, um aparelho implantado como um marcapasso, com bateria sob a pele do tórax e com cabos e eletrodos que vão até o coração, é capaz de monitorar o ritmo cardíaco e caso venha uma arritmia potencialmente fatal com possa ser tratada com um choque, ele dá tal choque e com uma taxa de êxito bem grande, consegue reverter para o ritmo normal.

            Claro que um aparelho complexo dessa magnitude não é isento de problemas, existe ainda uma taxa considerável de choques inapropriados e algumas falhas ainda acontecem. Os CDIs também trazem um histórico do que aconteceu, quantos choques foram dados e traz boas informações para que o médico tome as atitudes cabíveis. Sem dúvida, foi uma das grandes invenções médicas e salvam uma quantidade considerável de vidas nos dias atuais.

terça-feira, 1 de outubro de 2013

Marcapassos


Anteriormente neste mesmo blog, falei genericamente sobre arritmias cardíacas. Hoje falarei de uma das formas de se tratar de forma definitiva alguns das formas de arritmias que é o implante de marcapassos cardíacos. Para lembrar, entre as arritmias podemos ter as arritmias rápidas (taquicardias), as lentas (bradicardias) e as irregulares. E algumas delas podem necessitar do implante desses dispositivos para seu tratamento.
O que vem a ser marcapassos?
Como o nome sugere, são dispositivos que servem para garantir o ritmo cardíaco quando este falha em sua forma natural. Eles são mecanismos que sentem as falhas e estimulam eletricamente o coração para que a frequência cardíaca e consequentemente seu desempenho seja mantido.
Quando estão indicados?
Basicamente se indica o marcapasso quando a frequência cardíaca se torna lenta demais (bradicardia) de forma que o coração não consiga manter seu desempenho, quando devido ao tratamento de uma arritmia faz-se um procedimento que deixa o coração bloqueado e portanto devagar demais e quando o paciente não tem uma constância (vai rápido demais e devagar demais), portanto não tolera ficar sem um suporte pra frequência baixa (marca-passo) e nem remédio para frequência alta.
Como é implante?
O procedimento é mais simples do que se imagina, o implante é feito através de uma veia no tórax com cabos que vão até  o coração e uma bateria com uma unidade geradora que fica sob a pele no tórax. Quando a vida útil da bateria está próxima do fim, só se troca a unidade sob a pele.  

O portador de marcapasso tem de tomar alguns cuidados, sendo o principal deles em ambientes magnetizados (aparelhos de ressonância magnética podem desregular ou inativar o marca-passo) e traumas torácicos sobre a bateria que podem danificá-la. No mais, uma vida bem tranquila e com qualidade.