quinta-feira, 19 de dezembro de 2013

Meningites


            Ao redor do sistema nervoso central (cérebro e medula espinhal) nós temos membranas que recobrem chamadas meninges. Essas membranas podem ser alvo de infecções severas chamadas meningites.
            Podem ser virais, bacterianas ou fúngicas, sendo as primeiras as mais comuns e também mais benignas em seus curso. As bacterianas costumam ser mais severas, apresentam sintomas de maior gravidade e requerem tratamento mais intensivo com antibióticos. Destaca-se as meningites pneumocócica e a meningocócica. As fúngicas são praticamente restritas a pacientes portadores com comprometimento do sistema imunológico.
            O contágio se dá por aspiração dos micro-organismos através da boca ou do nariz e depende que els consigam se alojar nas meninges para assim causar a infecção. O diagnóstico é confirmado através de exames laboratoriais incluindo aí a análise do líquido que envolve o sistema nervoso central chamado líquor que é coletado através de uma punção na região lombar do paciente.
            Os sintomas mais comuns de meningite são: febre alta, dor e rigidez na região da nuca, pode haver torpor e/ou desorientação principalmente quando existe encefalite associada, porém em populações especiais como idosos e imunocomprometidos os sintomas podem ser menos intensos e a doença mais grave. A meningite meningocócica normalmente cursa de forma mais grave e aguda, pode ser fulminante e fatal. Além dos sinais clássicos descritos acima, podem aparecer também pontos avermelhados espalhados pelo corpo (petéquias) e pode haver mudança na coloração da pele.
            Vale ressaltar que em casos de meningite bacteriana (principalmente a meningocócica) os contactantes íntimos do paciente, aqueles que ficaram muito tempo no mesmo ambiente fechado e profissionais de saúde que manipularam vias aéreas desses pacientes, devem receber antibióticos como profilaxia (prevenção) para não sofrerem o contágio. Existem vacinas contra alguns tipos de meningite bacteriana como a meningocócica.

            Fale com seu médico.

terça-feira, 17 de dezembro de 2013

TUBERCULOSE

            Doença que assolou o Brasil no final do século XIX e início do século XX, a tuberculose ainda apresenta números alarmantes no nosso país. Extremamente contagiosa, a tuberculose tem sua disseminação associada a aglomerações e a condições de subdesenvolvimento.
            Ela é causada por uma bactéria, a chamada Mycobacterium tuberculosis (conhecida antigamente como bacilo de Koch) e é transmitida através de pessoa para pessoa através da tosse, espirros ou simples fala com eliminação de perdigotos (gotículas de saliva com secreção). A instalação mais comum é no pulmão porém a tuberculose pode atingir muitos outros órgãos. Mais comumente, a tuberculose causa tosse persistente, febre, suores noturnos, perda de peso, fraqueza, eliminação de secreção sanguinolenta na secreção e deve ser tratada adequadamente, um tratamento prolongado que pode durar de 6 a 9 meses dependendo das condições do pacientes.
            Com a pandemia de HIV, a tuberculose também cresceu em número de casos e em gravidade, devido ao comprometimento imunológico desses pacientes. O tratamento é feito com agentes específicos que são fornecidos, aqui no Brasil, pelo ministério da saúde. É uma doença de notificação compulsória e o tratamento é obrigatoriamente realizado pelo governo, mesmo que o paciente esteja numa instituição privada.
            Se tratada adequadamente, em cerca de 1 mês o paciente apresenta melhora significativa e deixa de ser contagioso para seus contactantes, porém é importante que o tratamento seja realizado até o final (6 a 9 meses) pois existe o risco de recidiva. Existe a vacina (BCG) dada ainda bebê que não confere proteção total, mas reduz o risco de tuberculose em cerca de 50%.

            A história clínica, exames laboratoriais, testes cutâneos e exames radiológicos são as armas para o seu correto diagnóstico. 

quarta-feira, 11 de dezembro de 2013

Vitamina C

              A vitamina C , também conhecida como ácido ascórbico, é uma importante vitamina que algumas funções em nosso organismo. É amplamente ingerida ao redor do mundo sob a forma de suplementos e hoje falarei um pouco sobre ela.
            A vitamina C é antioxidante, com isso ela funciona como prevenção para danos celulares e nos processos de cicatrização. Também tem função no sistema imune e ajuda na absorção de ferro pelo nosso organismo. A suplementação de vitamina C raramente é necessária em pessoas com alimentação normal e algumas condições onde se requerem quantidades maiores incluem:
·         Gravidez e amamentação
·         Fumantes
·         Recuperação de cirurgia
·         Vítimas de queimaduras
A vitamina C é encontrada em frutas frescas, principalmente as cítricas (limão, laranja, etc), pimentões verdes e vermelhos, tomates, brócolis, etc. e os suplementos normalmente vem na dose de 500mg ou de 1g. É importante salientar que essas doses já são bem acima das necessidades diárias de vitamina C mesmo nas situações de maior necessidade. E que doses diárias acima disso podem trazer problemas como náuseas, diarreia, aparecimento de cálculos urinários e dor de cabeça.
    Outro fato importante é que a vitamina C é facilmente destruída no preparo ou armazenamento dos alimentos, então algumas dicas são comer frutas frescas e cortá-las na hora de comer e cozinhar alimentos ricos em vitamina C o mais rápido e com menos água possível para evitar sua degradação.
     Antes de qualquer suplementação vitamínica, veja com um médico e/ou nutricionista se isso é necessário e se não existem condições que a suplementação possa ser prejudicial (ex: paciente com histórico de cálculo renal deve evitar suplementar vitamina C). Ao contrário do que se acredita, a vitamina C não previne gripes e resfriados porém alguns trabalhos mostram uma recuperação mais rápida.


quinta-feira, 5 de dezembro de 2013

Esclerose Lateral Amiotrófica

            Ontem tive a notícia ruim que um colega que acompanhava uma paciente junto comigo teve de parar de trabalhar por uma doença grave e extremamente debilitante chamada Esclerose Lateral Amiotrófica, também conhecida como ELA. É uma doença do sistema nervoso central, progressiva que vai acometendo a transmissão nervosa do cérebro para nossa musculatura voluntária (músculos que movimentamos voluntariamente como nossos braços e pernas).
            O principal sintoma da ELA é a fraqueza  e atrofia muscular, espasmos e, com a progressão, pode atingir a musculatura responsável pela respiração causando falência respiratória. Além disso, podem existir engasgos, salivação, gagueira, cabeça caída, etc. Ela acomete amis homens e o quadro mais comumente se inicia entre os 40 e 50 anos de idade.
            As causas da ELA são desconhecidas, embora existam casos que sejam familiares, a maioria dos casos não tem relações genéticas. A cura ainda não existe, existem medicações que aliviam parte dos sintomas porém não conseguem interferir na progressão da doença. Fisioterapia e nutrição tem importante papel pois o paciente tem óbvias dificuldades motoras e alimentares.
            Para o diagnóstico, além da história clínica e exame físico, podem ser feitos:
·         Exames laboratoriais;
·         Tomografia ou ressonância magnética para afastar outras possíveis causas para o quadro neurológico;
·         Teste genético em caso outros casos de ELA na famíoia
·         Punção lombar

A doença é progressiva e o óbito vem normalmente por complicações respiratórias.