quinta-feira, 30 de janeiro de 2014

Fé e saúde


     Hoje abordo um tópico algo controverso, não falarei especificamente de uma doença, um remédio, um tratamento ou um exame. Mas de algo que que é subjetivo, que para alguns é bobagem, ilusão, para outros é ferramenta preciosa, forma de vida, objetivo e amparo: a fé.
            O homem permeia na fé desde os tempos mais remotos e sempre depositou nela suas esperanças de vida melhor, inclusive de saúde melhor, de cura de doenças, de escapar da morte. Hoje existe um embate sobre isso: ter fé ajuda a curar? Tem os que acreditam e tem os que desprezam. Entre os que acreditam existem aqueles que acham que realmente uma força superior (Deus, espíritos, anjos, santos, entidades, orixás, Jesus ou outra força qualquer variando de religião para religião) trabalham em favor dos crentes. Outros acreditam que a atitude mental ante a doença, acreditando piamente em sua cura, ajuda muito na resposta ao tratamento médico. Os céticos deixam tudo isso de lado e só acreditam no que pode ser provado pela ciência humana.
            Eu não pretendo dizer se um lado ou outro está certo, mas falarei do que vejo como médico, tratando de pacientes cardiopatas graves, muitos sem solução viável na medicina tradicional. Naquele que realmente tem fé, independente qual tipo de fé, a resignação e aceitação da doença quando não se transforma em uma plácida e mórbida forma de auto-punição ou no pensamento que é "porque Deus quis e eu nada posso fazer por isso" faz com que o paciente encare a doença e seu tratamento com mais serenidade. Tanto o resultado positivo é aceito com gratidão tanto o negativo é aceito com resignação o que faz com que, certamente, o sofrimento pela doença seja menor. Se dores e mal-estares físicos são inevitáveis, um emocional equilibrado ajuda demais.
            Não sou advogado de nenhuma fé, isso eu deixo para conversas particulares, tenho a minha mas não serei um pregador aqui. Falo do que vejo em prática diária, apenas isso. Como médico o único conselho que posso dar é: não abandonem o tratamento médico! Peçam ajuda ao que mais acreditarem, mas façam o tratamento. Encarem a doença de frente, conversem, saibam de suas possibilidades e tratem.

            E que todos façamos o melhor!

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