Hoje abordo um tópico algo
controverso, não falarei especificamente de uma doença, um remédio, um
tratamento ou um exame. Mas de algo que que é subjetivo, que para alguns é
bobagem, ilusão, para outros é ferramenta preciosa, forma de vida, objetivo e
amparo: a fé.
O homem permeia na fé desde os tempos mais remotos e
sempre depositou nela suas esperanças de vida melhor, inclusive de saúde melhor,
de cura de doenças, de escapar da morte. Hoje existe um embate sobre isso: ter
fé ajuda a curar? Tem os que acreditam e tem os que desprezam. Entre os que
acreditam existem aqueles que acham que realmente uma força superior (Deus,
espíritos, anjos, santos, entidades, orixás, Jesus ou outra força qualquer
variando de religião para religião) trabalham em favor dos crentes. Outros
acreditam que a atitude mental ante a doença, acreditando piamente em sua cura,
ajuda muito na resposta ao tratamento médico. Os céticos deixam tudo isso de
lado e só acreditam no que pode ser provado pela ciência humana.
Eu não pretendo dizer se um lado ou outro está certo, mas
falarei do que vejo como médico, tratando de pacientes cardiopatas graves,
muitos sem solução viável na medicina tradicional. Naquele que realmente tem
fé, independente qual tipo de fé, a resignação e aceitação da doença quando não
se transforma em uma plácida e mórbida forma de auto-punição ou no pensamento
que é "porque Deus quis e eu nada posso fazer por isso" faz com que o
paciente encare a doença e seu tratamento com mais serenidade. Tanto o
resultado positivo é aceito com gratidão tanto o negativo é aceito com
resignação o que faz com que, certamente, o sofrimento pela doença seja menor.
Se dores e mal-estares físicos são inevitáveis, um emocional equilibrado ajuda
demais.
Não sou advogado de nenhuma fé, isso eu deixo para
conversas particulares, tenho a minha mas não serei um pregador aqui. Falo do
que vejo em prática diária, apenas isso. Como médico o único conselho que posso
dar é: não abandonem o tratamento médico! Peçam ajuda ao que mais acreditarem,
mas façam o tratamento. Encarem a doença de frente, conversem, saibam de suas
possibilidades e tratem.
E que todos façamos o melhor!
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