Voltando aos temas médicos, fiz um texto lá atrás falando
sobre arritmias cardíacas. De uma forma genérica, arritmia significa perda do
ritmo, o que pode significar ritmo mais acelerado, mais devagar ou apenas
irregular. Também pode ser uma mistura desses. Hoje vou ser mais específico e
falar de uma arritmia chamada fibrilação atrial.
Essa arritmia vem ganhando importância ao longo dos anos por
ela ser hoje, reconhecidamente, um agente causador de acidente vascular
cerebral, embolia pulmonar e déficit de cognição, principalmente na população
mais idosa mas que também acomente muitos jovens. A fibrilação atrial tem como
fatores marcantes o ritmo irregular do coração
que é, de uma forma geral, bem tolerado pelo paciente. O principal
sintoma é a palpitação (sentir o coração acelerar ou bater irregularmente).
Porém, lembrando um pouco de
anatomia, o coração tem 4 cavidades: 2 átrios e 2 ventrículos. Quando o
paciente está em fibrilação atrial os átrios não se contraem, ficam parados ou
apenas tremendo, isso faz com que o fluxo sanguíneo dentro deles fique
lentificado e, com isso, aumenta a chance de aparecer coágulos (trombos) no seu
interior. Esses trombos se formam e ficam aderidos à parede interna do átrio e
em algum momento podem se desprender. E é aí que reside o grande perigo. Quando
o trombo se forma no átrio esquerdo, ele sairá através do ventrículo esquerdo e
o caminho mais provável a seguir é para o cérebro, ocluindo uma artéria
cerebral causando um AVC (derrame). Se o trombo se forma no átrio direito ele
sairá pelo ventrículo direito e vai para o pulmão, ocluindo um ramo da artéria
pulmonar causando a embolia pulmonar, patologia de alta mortalidade.
Essa é a
grande importância em s diagnosticar a fibrilação atrial, trabalhos mostram que
quase 30% dos AVCs isquêmicos (por
oclusão de artéria cerebral) em idosos são consequentes à fibrilação atrial e
daí a importância em tratá-la e de prevenir a formação de trombos com drogas
anticoagulantes. O tratamento da arritmia em si pode seguir alguns caminhos:
deixar em arritmia e apenas prevenir o apareceimento de trombos, drogas
antiarrítmicas para reverter ao ritmo normal e prevenindo trombos se indicado e
um procedimento invasivo chamado esturo eletrofisiológico e ablação onde um
cateter vai ao coração e faz uma cauterização por radiofrequência para isolar a
área responsável pela arritmia.
Fale com
seu médico.
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