Vemos comumente pessoas se assustando com níveis de pressão
arterial, alguns se apavoram quando ela chega a 17 (170 milímetros de mercúrio)
outros tiram isso de letra. Alguns se apavoram quando chega a 20 (200
milímetros de mercúrio) e outros sequer deixam de colocar o sal na comida. É
certo que temos de tratar e reduzir estes valores mas com qual urgência? Existe
uma diferença grande entre tomar o próprio remédio e esperar, ir numa emergência
tomar um medicação sublingual para reduzir mais rápido e internar e colocar uma
potente medicação na veia para reduzir ainda mais rápido a pressão arterial. E
o que decide isso? É o valor? É o estado clínico? O que decide?
O valor
importa menos salvo casos de níveis muito alto
mesmo, com pressões máximas
(sistólicas) acima de 23 (230 milímetros de mercúrio) ou mínimas acima de 13
(130 milímetros de mercúrio). O mais importante é a apresentação clínica do
paciente, ou seja: uma pressão bastante elevada com o paciente sem sintomas
pode ser reduzida com calma. Quando o paciente apresenta sintomas como dor de cabeça, tonteira, alterações visuais
como pontos pretos ou brilhantes, a situação
tem de ser tratada de forma mais rápida. Agora o paciente apresentando dor no
peito, falta de ar, déficits neurológicos como um braço ou perna dormentes sem
mover direito, perda do campo visual ou visão dupla ou até mesmo cegueira
momentânea, isso indica que as medidas tem de ser tomadas com muita rapidez
para se evitar uma conseqüência mais grave.
Com a
gravidade clínica, definimos quem orientamos em casa, quem vai pra emergência
tomar um remédio e volta e quem precisa ficar internado em CTI para reduzir a pressão
arterial. Nessas datas em que são comuns os abusos alimentares, as crises
hipertensivas ficam mais freqüentes nas emergências.