sexta-feira, 29 de abril de 2016

Por que é importante tomar o remédio diariamente?

É fato que nós médicos insistimos na necessidade de que se tome os remédios prescritos sem falhas e é conhecido também que os pacientes falham muitas vezes. Esquecimento, reações adversas, efeitos colaterais, crenças populares, religiosidade e fatores sociais e econômicos e o famoso “não gosto de tomar remédio” são responsáveis juntos por um sem números de falhas no cumprimento de uma prescrição médica.
            Pela primeira vez um estudo mediu algumas dessas conseqüências, numa análise realizada em prontuários eletrônicos com dados sobre aderência dos pacientes, foi visto que pacientes hipertensos e que possuem o colesterol elevado, ao falharem no uso diário e contínuo da medicação, apresentaram um aumento significativo de incidência de acidente vascular cerebral (derrame cerebral) fatal. O que o paciente deve entender (portanto merece ser elucidado pelo médico) é que o uso falho da medicação, mesmo que suficiente para manter as taxas numéricas ( valores e pressão e valores do colesterol) sob controle, deixam acontecer os processos metabólicos que podem levar ao acidente vascular cerebral. A proteção conferida pelo medicamento vai bem além do controle da taxa a qual se destina.


            Portanto sigam corretamente o que foi prescrito, medicação para ser interromída tem de haver motivo certo que normalmente se enquadram em: efeito adverso ou colateral importante, alergia ou intolerância medicamentosa, intoxicação, resposta terapêutica insuficiente ou exagerada. Se tem dúvidas, problemas ou idéias próprias, divida-as com seu médico, a comunicação é muito importante para o sucesso de seu tratamento. 

sexta-feira, 22 de abril de 2016

Solidão e isolamento social como fatores de risco para doença coronariana e acidente vascular cerebral

Pessoas solitárias adoecem mais.

Parece uma frase de efeito romântica porém é o que foi mostrado num estudo publicado recentemente no British Cardiovascular Society (Sociedade Cardiovascular Britânica) onde foi feito um levantamento que mostrou que pessoas com relações sociais deficientes estão relacionadas a um risco 29%  de doença arterial coronariana e 32% de acidente vascular cerebral sendo que não foi identificado diferença entre gêneros.

            Na publicação são classificados como pessoas com pouca relação social aquelas que muito poucos contatos sociais ou que se sentem infelizes com suas relações sociais. O estudo apenas coloca números e relata uma incidência maior de acidente vascular cerebral e doença arterial coronariana em pessoas que sofrem de isolamento social porém não determina causas e também são necessários outros estudos para definir se estratégias de melhora na vida social são eficazes para combater a incidência aumentada dessas patologias. Foram analisados mais de 180.000 registros de pacientes ao redor do mundo. Os número e os resultados são expressivos e nos mostram cada vez mais, de maneira inequívoca, que não devemos em hipótese nenhuma deixar de cuidar de nossa vida pessoal, social, nossa vida de relação.
            Sejamos felizes! A expressão: amigos, amigos, negócios à parte ganha nova conotação de mão dupla. Se não devemos deixar nossas relações pessoais interferir nos negócios, também não podemos esquecer de nossas relações em prol de trabalho.


Até a próxima!

domingo, 10 de abril de 2016

Você Cuida do seu Emocional?

É consenso que as pessoas precisam se cuidar, conselhos válidos para isso não faltam: coma bem, exercite-se, evite o excesso de peso, não fume, não beba, descanse, beba bastante água...tudo isso tende a manter nosso corpo saudável  e, se algum problema aparecer, ele tem mais reserva para uma adequada reação e certamente responde melhor ao tratamento proposto. Vivemos num mundo frenético, corrido, competitivo e violento e com isso aparece um outro questionamento: e da saúde mental? Como cuidar?
            Somos diariamente bombardeados com uma série de angústias, medos, expectativas e tensões que ao mesmo tempo que ajudam a nos mover para frente, também muitas vezes nos sobrecarrega o emocional e acabamos sucumbindo e caímos nas trevas dos distúrbios emocionais como ansiedade, depressão, transtornos de pânico, ficamos sem paciência, sem tempo para “o bom da vida”, muitas vezes não conseguimos sequer colher o fruto de tanto trabalho. Como lidar com isso?
            Não existe fórmula mágica, por certo. Os profissionais de saúde mental são importantes e tem primorosas avaliações. Alguns colocam as fichas numa fé (qualquer que seja) e dão mais valor ao que galgam numa vida futura (além túmulo) do que no presente. Outros colocam limites no quanto trabalham, no quanto buscam ascender na vida profissional e não se permitem não cuidar da sua vida pessoal, social, amorosa, familiar e de si próprio. Ter um hobby, não abrir mão de atividades que lhe dão prazer, trabalhar fazendo o que gosta, ter e cultivar as amizades.

            Outro fator que vem sendo motivo de muitas queixas angustiosas no consultório é o estresse causado por um ambiente de trabalho ruim. Empresas passando por dificuldades, chefes incompreensivos ou inescrupulosos, competição acirrada, falta de perspectiva, fofocas e picuinhas tem muito poder sobre o emocional das pessoas. O campo aqui é mais delicado pois em muitos casos não dá pra simplesmente sair do trabalho. Todos temos nossas contas, nossas responsabilidades e sofremos com a mera perspectiva não dar conta.

            No final das contas o mundo é cruel, existem tantas variáveis que podem nos levar ao perigoso campo da insanidade mental. O fortalecimento de convicções, princípios, dedicação ao próprio emocional e cuidar do nosso porto seguro (para muitos a própria casa, a família, amigos leais a base) parece ter um efeito benéfico. Valorizar coisas não materiais, acreditar que dificuldades passam e ter fé num futuro melhor costumam amenizar o efeito caótico do dia a dia.