domingo, 23 de outubro de 2016

Cateterismo Cardíaco

Exame que muitas vezes causa calafrios em quem tem a notícia que vai precisar submeter-se a ele e também nos familiares, o cateterismo cardíaco (cujo nome correto é cineangiocoronariografia) ainda assusta a maioria dos pacientes.
Neste exame  um cateter é introduzido pela artéria femoral (região da virilha) ou pela artéria radial (no pulso) e é introduzido até chegar ao coração. Ao chegar em sua posição adequada, o contraste é injetado e este contraste vai desenhar as artérias coronarianas e mostrar com grande capacidade de acurácia, se existem obstruções, anomalias e junto com o quadro do paciente, orientará o médico ou equipe assistente a tomar a decisão terapêutica mais adequada.
Riscos: embora de baixa incidência, o cateterismo tem riscos potenciais  ao paciente. exposição a radiação (é um exame radiológico), o risco da punção da artéria (femoral ou radial) onde pode acontecer acidentes como lacerações, sangramentos importantes, desenvolvimento de pseudo-aneurismas, infecção no local da punção e trombose da artéria.
Existe o risco da passagem do cateter que pode, embora raro,
lesionar a artéria pela qual está passando e existe o risco da infusão do contraste. O contraste usado é iodado, existindo assim uma incidência considerável de reações alérgicas ao iodo e, além disso, tem a toxicidade renal do contraste.
Limitações: o exame requer um maquinário caro e grande, uma sala específica montada para sua realização e portanto não está disponível em qualquer hospital. Além disso, é  um exame unidimensional, imagens de vasos sobrepostos pode enganar uma visualização menos cuidadosa. Para este segundo problema, as máquinas giram em torno do paciente, captando vários ângulos da mesma imagem.
É um exame de imensa importância na prática médica, mostra precisamente onde está a obstrução coronariana que causa um infarto e permite seu adequado tratamento. Como não é um exame isento de riscos, suas indicações devem ser precisas e respeitadas.
Como sempre, o melhor é não precisar de um.

Vivam com saúde!

sexta-feira, 21 de outubro de 2016

Doença Coronariana

A doença coronariana é a doença que mais mata no mundo, ela que leva ao infarto do miocárdio, o famoso “ataque cardíaco”. É o evento final de uma doença que silenciosamente vai formando placas que entopem uma ou mais artérias coronárias que são as artérias que alimentam o músculo cardíaco. Salvo casos excepcionais como uso de drogas ilícitas, doenças que favorecem a formação de coágulos no sangue, não se sofre um infarto se não existir doença coronariana.
E o que leva a doença coronariana?
Os fatores de risco para doença coronariana são muitos e, infelizmente, comuns. Os maus hábitos de vida, desde a juventude, contribuem enormemente para a elevada incidência no mundo todo dessa doença. São alguns deles:
- Hipertensão arterial;
- diabetes;
- tabagismo;
- colesterol elevado;
- obesidade;
- sedentarismo;
- história familiar;
- idade.
Sempre existirá o discurso que alguém conhece alguém que era “saudável” e teve um infarto. O que pode ser dito é: não existe 100% em medicina, não existe totalidade. Estatisticamente falando, a incidência de doença coronariana vai aumentando quanto mais fatores de risco se acumulam. Daí a insistência em levar bons hábitos de vida, em tratar problemas já existentes. Os casos diferentes e raros existem e sempre existirão mas de forma nenhuma constituem desculpa para não levar uma vida saudável.

Vivam com saúde!

quinta-feira, 13 de outubro de 2016

Teste Ergométrico - informações.

Exame de grande utilidade, o teste ergométrico nos traz uma imensa gama de informações de importância para diagnósticos e prognósticos e faz parte, com toda justiça, ao roll dos exames mais solicitados pelos cardiologistas.
Realizado quase na sua totalidade em esteira rolante, ele também pode ser realizado em bicicleta e no ergômetro de braço (esse mais difícil de achar) e tem pontos interessantes a serem avaliados.
Nosso corpo, em especial a parte cardiológica, tem algumas armadilhas clínicas que se dão por conta da diferença entre esforço e repouso. Uma pessoa pode ter doenças cardiológicas que, em condições de repouso não se manifestam porém quando o coração é mais exigido, durante o esforço, aparecem as alterações e o teste ergométrico faz exatamente isso. Nele são avaliadas as respostas clínicas, hemodinâmicas (pressão arterial, freqüência cardíaca), autonômicas (papel do sistema nervoso autônomo na regulação da pressão arterial e freqüência cardíaca) e eletrocardiográficas ao esforço. Além disso, fórmulas matemáticas nos trazem a estimativa do condicionamento cardiovascular do paciente, se está em faixa patológica ou não, etc.

Quanto maior o esforço realizado, mais informação e mais útil o teste ergométrico é e um bom teste de esforço normal, nos dá uma segurança boa para por exemplo liberar o paciente para atividades físicas, que o paciente não está às portas de ter um infarto, que ele não faz arritmias cardíacas perigosas no esforço.
Riscos: o primeiro é o de queda, já que é quase sempre em esteira. Além disso, exames mal-indicados ou com desconhecimento de doenças prévias podem ser desencadeadores de descompensações de problemas cardiológicos existentes e desconhecidos (embora isso seja bastante raro). Quase a totalidade das alterações mostradas pelo teste ergométrico desaparecem quando o paciente retorna ao repouso.
Limitações: o teste depende da aptidão física do paciente, da capacidade de andar na esteira (eventualmente correr) e coordenação motora. Algumas medicações podem alterar o resultado do teste, mascarando alterações (sempre deve ser informado ao médico e o médico solicitante deve informar se quer que suspenda ou não medicações em uso). Tudo isso deve ser levado em conta tanto pelo médico que solicita, quanto pelo que realiza o teste.

Vivam com saúde!

domingo, 9 de outubro de 2016

A Maldição do Check-up

Muitas pessoas vão no cardiologista buscando um check-up com foco na realização de exames, muitas vezes desnecessários, com o objetivo de ver se está tudo bem. Não entendem que exames normais em pacientes assintomáticos não são garantia de boa saúde e que os processos metabólicos nefastos que levam ao aparecimento de doenças acontecem silenciosamente, sem sintomas nenhum e muitas das vezes sem alteração inicial dos exames laboratoriais, de imagem ou testes cardiológicos. O paciente, focado em realizar exames, deixa de lado muitas vezes o que realmente importa principalmente nas fases mais jovens da vida, que é o estabelecimento de hábitos saudáveis de vida para que realmente aconteça a prevenção. Receber exames normais costuma ser interpretado como um salvo conduto para continuar com os maus hábitos e isso é o que realmente envenena o paciente. Ter colesterol normal não isenta a pessoa do mal de comer as gorduras ruins, ter glicose normal não é um passe livre para o excesso de carboidratos rápidos e nocivos, estar dentro do peso não é igual a poder comer tudo reduzindo os danos da alimentação ruim e do sedentarismo a engordar ou não.  
Principalmente entre os mais jovens, o objetivo de consultas médicas de rotina, deve ser buscar orientação sobre como tornar a vida mais saudável, que hábitos nocivos se tem a eliminar e não meramente realização de exames. Estes, mal realizados, sem a correta indicação acabam por prestar um desserviço a prática médica e a promoção de saúde, oneram o sistema de saúde e não trazem o benefício que julgam ter. Os médicos, sem a adequada vinculação com o paciente, sem ter o adequado tempo e sobrecarregados com agendas corridas para escutar, acabam entrando na ciranda da solicitação sistemática e exagerada de exames caros e improdutivos e deixam de lado o que realmente importa.

Vivam com saúde!