Muitas pessoas vão no
cardiologista buscando um check-up com foco na realização de exames, muitas
vezes desnecessários, com o objetivo de ver se está tudo bem. Não entendem que
exames normais em pacientes assintomáticos não são garantia de boa saúde e que
os processos metabólicos nefastos que levam ao aparecimento de doenças acontecem
silenciosamente, sem sintomas nenhum e muitas das vezes sem alteração inicial
dos exames laboratoriais, de imagem ou testes cardiológicos. O paciente, focado
em realizar exames, deixa de lado muitas vezes o que realmente importa
principalmente nas fases mais jovens da vida, que é o estabelecimento de
hábitos saudáveis de vida para que realmente aconteça a prevenção. Receber
exames normais costuma ser interpretado como um salvo conduto para continuar
com os maus hábitos e isso é o que realmente envenena o paciente. Ter
colesterol normal não isenta a pessoa do mal de comer as gorduras ruins, ter
glicose normal não é um passe livre para o excesso de carboidratos rápidos e
nocivos, estar dentro do peso não é igual a poder comer tudo reduzindo os danos
da alimentação ruim e do sedentarismo a engordar ou não.
Principalmente entre os mais jovens,
o objetivo de consultas médicas de rotina, deve ser buscar orientação sobre
como tornar a vida mais saudável, que hábitos nocivos se tem a eliminar e não
meramente realização de exames. Estes, mal realizados, sem a correta indicação
acabam por prestar um desserviço a prática médica e a promoção de saúde, oneram
o sistema de saúde e não trazem o benefício que julgam ter. Os médicos, sem a
adequada vinculação com o paciente, sem ter o adequado tempo e sobrecarregados
com agendas corridas para escutar, acabam entrando na ciranda da solicitação
sistemática e exagerada de exames caros e improdutivos e deixam de lado o que
realmente importa.
Vivam com saúde!
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