Na semana passada escrevi sobre o risco aumentado de quedas
quando se inicia ou altera o tratamento com remédios de pressão (anti-hipertensivos)
para idosos, então hoje vou falar de uma forma geral sobre quedas nos idosos, população
tão susceptível a elas.
Por que os
idosos caem mais?
Porque tem
uma série de fatores que levam a isso como: fraqueza muscular, perda de
equilíbrio, piora significativa dos reflexos, piora dos sentidos (no caso das
quedas principalmente visão e audição) e piora nos mecanismos de auto-regulação
de pressão arterial e freqüência cardíaca. Então o idoso, mesmo sem patologias,
muito mais comumente tropeça em pequenos desníveis, tapetes, uma leve
escorregada que os mais jovens conseguem se equilibrar e apoiar são suficientes
para uma queda num idoso. Um animal de estimação que esbarre as pernas, uma
criança, um chão liso. Tudo isso são riscos potenciais de queda para o
idoso. Fora as condições patológicas:
problemas neurológicos que atrapalhem a locomoção (ex: mal de Parkinson), perda
excessiva de massa muscular pela inatividade (tira a possibilidade de defesa
ante uma queda iminente pois o idoso não consegue sustentar-se), patologias e
medicações cardiovasculares que provocam quedas abruptas da pressão arterial
quando fica de pé.
E por que a
queda no idoso é mais arriscada? Primeiro
pela ausência de reflexos, eles caem sem defesa e os traumas principalmente na cabeça
(traumas cranianos) acontecem com maior violência e ossos mais fracos,
usualmente pela osteoporose, provocam fraturas com bem mais facilidade. A mais
temida é a fratura de fêmur, que obriga muitas vezes a cirurgias, mantém o
idoso acamado e tem o risco de muitas complicações como pneumonias, embolia
pulmonar, feridas causadas pelo tempo deitado, todas com potencial risco de
morte pro idoso. Muitas quedas acontecem na hora de se levantar, a mudança da
posição de sentado ou deitado para em pé muitas vezes provoca desequilíbrios,
pressões baixas e gera queda.
Precisamos
nos manter atentos aos sinais de risco como andar prejudicado, alguma
desorientação, pequenos desequilíbrios, piora acentuada da visão e audição e
fraqueza geral. Medidas ambientais que podem ajudar incluem: retirada de
tapetes e/ou
coisas que possam prender o pé do idoso, atenuar pequenos degraus,
colocar corrimões em escadas, evitar pisos escorregadios, colocar apoios para
as mãos no box e ao lado do vaso sanitário assim como antiderrapantes. Idosos
fisicamente ativos tendem a ter bem menos quedas, uma atividade física que
atenue a perda muscular e estimule seu equilíbrio é fundamental.
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