sexta-feira, 4 de julho de 2014

Cardioversão Elétrica - Um choque no peito!


            Filmes e programas de TV mostram volta e meia, quando um paciente apresenta uma parada cardíaca, aquele choque no peito dado com um desfibrilador. A cena é dramática, paciente inerte, equipe estressada, correria, na hora do choque o corpo do paciente dá aquela arqueada de contração muscular e nem sempre funciona. Hoje eu vou falar desse choque mas, ao contrário do que se pensa, não é dado apenas em casos dramáticos de parada cardíaca. Existem situações em que acontecem arritmias cardíacas, com o paciente acordado, lúcido e que está indicado a terapia elétrica. É chamada de cardioversão elétrica.
            O paciente deve ser informado do procedimento, sua sequência, riscos e benefícios. É relativamente simples de ser realizado mas depende de uma sedação (o choque dói), aparato para garantir a respiração do paciente, aplicação de abundante quantidade de gel no tórax (para evitar queimaduras) e a aplicação enfim das pás do desfibrilador nas posições adequadas no tórax  e disparar a carga elétrica.
            O princípio é simples, durante uma arritmia, o coração se apresenta com sua atividade elétrica desorganizada ou organizada de forma inadequada, Esses circuitos funcionando de forma rápida impedem o nosso sistema natural de controle de freqüência cardíaca de controlá-la. A carga elétrica aplicada então anula este circuito e então nosso sistema de controle reassume e volta a controlar nosso ritmo cardíaco. A sedação é leve, o paciente normalmente já começa a acordar com o choque, não se lembra do que aconteceu e pode, em muitos casos, após acordar, receber alta hospitalar logo após.
            Os riscos do procedimento são provenientes da sedação (depressão respiratória, broncoaspiração, sedação excessiva, etc.) e da aplicação da carga elétrica (queimaduras, ineficácia e parada cardíaca, esse último bastante pequeno.). Na imensa maioria dos casos o procedimento é seguro e bem sucedido.

            Abraço a todos.

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