Filmes e programas de TV mostram volta e meia, quando um
paciente apresenta uma parada cardíaca, aquele choque no peito dado com um
desfibrilador. A cena é dramática, paciente inerte, equipe estressada,
correria, na hora do choque o corpo do paciente dá aquela arqueada de contração
muscular e nem sempre funciona. Hoje eu vou falar desse choque mas, ao
contrário do que se pensa, não é dado apenas em casos dramáticos de parada
cardíaca. Existem situações em que acontecem arritmias cardíacas, com o
paciente acordado, lúcido e que está indicado a terapia elétrica. É chamada de
cardioversão elétrica.
O paciente
deve ser informado do procedimento, sua sequência, riscos e benefícios. É
relativamente simples de ser realizado mas depende de uma sedação (o choque
dói), aparato para garantir a respiração do paciente, aplicação de abundante
quantidade de gel no tórax (para evitar queimaduras) e a aplicação enfim das
pás do desfibrilador nas posições adequadas no tórax e disparar a carga elétrica.
O princípio
é simples, durante uma arritmia, o coração se apresenta com sua atividade
elétrica desorganizada ou organizada de forma inadequada, Esses circuitos funcionando
de forma rápida impedem o nosso sistema natural de controle de freqüência cardíaca
de controlá-la. A carga elétrica aplicada então anula este circuito e então
nosso sistema de controle reassume e volta a controlar nosso ritmo cardíaco. A
sedação é leve, o paciente normalmente já começa a acordar com o choque, não se
lembra do que aconteceu e pode, em muitos casos, após acordar, receber alta
hospitalar logo após.
Os riscos
do procedimento são provenientes da sedação (depressão respiratória,
broncoaspiração, sedação excessiva, etc.) e da aplicação da carga elétrica
(queimaduras, ineficácia e parada cardíaca, esse último bastante pequeno.). Na
imensa maioria dos casos o procedimento é seguro e bem sucedido.
Abraço a
todos.
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