Uma preocupação constante dos médicos quando o paciente fica
acamado por algum tempo é a trombose venosa profunda. O que vem a ser isso? É
quando o sangue, sem que exista um corte, nenhuma veia sangrando coagula
espontaneamente dentro das veias (maior parte das vezes de uma das pernas).
Para entender um pouco disso, são necessários alguns conceitos:
Artérias: vasos sanguíneos que levam o sangue do coração
para o resto do corpo para nutrir as células. São de parede muito muscular e o
sangue flui sob alta pressão.
Veias: vasos sanguíneos que trazem o sangue com o resto do
metabolismo das células de volta ao coração. São pouco musculares e o sangue
flui mais lentamente sob baixa pressão.
Assim sabendo, o sistema venoso por ter um fluxo mais lento e de baixa pressão,
precisa muitas vezes de uma ajuda extra para que seu fluxo seja mantido e no
caso das pernas, essa ajuda vem da musculatura. A cada contração da musculatura
da panturrilha por exemplo (parte posterior da perna, a batata da perna), os
músculos apertam as veias ajudando a impulsionar o sangue pra cima. Quando o
paciente fica acamado perde essa contração muscular, o fluxo sanguíneo nas
veias das pernas pode ficar muito lento, propiciando a formação de coágulos (trombos). Por isso quanto mais cedo o paciente sair da cama, melhor.
Fatores
próprios do paciente também aumentam o risco de trombose como tabagismo, uso de
pílula anticoncepcional, obesidade, doenças que aumentam a coagulabilidade do
sangue (doenças como diabetes, portadores de tumores malignos, doenças autoimunes e hematológicas), vôos
longos, presença de veias calibrosas e varicosas nas pernas com insuficiência
venosa. O risco aumenta muito quando mais de um desses fatores são associados.
Cirurgias ortopédicas nos membros inferiores e cirurgias abdominais são de
especial risco para desenvolver trombose.
Os sintomas
de trombose na perna são principalmente a dor na área acometida, associado a
inchaço e vermelhidão (que podem ou não estar presente, dependendo da
localização e extensão da trombose), durante a palpação a área pode estar
endurecida e dolorida ao toque.
Quando
existe uma trombose nas veias profundas da perna, o risco maior é de um trombo
se soltar, ascender pela veia, chegar ao coração, daí ser bombeado para o
pulmão e lá ocluir um vaso pulmonar causando um evento muito grave de alta
mortalidade chamado tromboembolismo pulmonar ou embolia pulmonar. Por isso,
cada vez que um tratamento médico exige que o paciente fique acamado, a
prevenção de trombose venosa sempre deve ser feita com medicações
anticoagulantes enquanto o período de inatividade do paciente persistir.
Para prevenir o aparecimento da trombose, além das medicações no caso de pacientes acamados e considerados de alto risco, atentemos para os fatores do paciente. Prevenir ou tratar a obesidade, não fumar, evitar a associação entre fumo e anticoncepcional. Em casos de viagens longas, acima de seis horas, o uso de meias elásticas compressivas, levantar e andar (se possível), exercício movimentando os pés forçando a musculatura da panturrilha a contrair e até o uso de medicação se necessário.
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