terça-feira, 4 de fevereiro de 2014

Fibrilação atrial - uma arritmia muito perigosa


        Voltando aos temas médicos, fiz um texto lá atrás falando sobre arritmias cardíacas. De uma forma genérica, arritmia significa perda do ritmo, o que pode significar ritmo mais acelerado, mais devagar ou apenas irregular. Também pode ser uma mistura desses. Hoje vou ser mais específico e falar de uma arritmia chamada fibrilação atrial.
         Essa arritmia vem ganhando importância ao longo dos anos por ela ser hoje, reconhecidamente, um agente causador de acidente vascular cerebral, embolia pulmonar e déficit de cognição, principalmente na população mais idosa mas que também acomente muitos jovens. A fibrilação atrial tem como fatores marcantes o ritmo irregular do coração  que é, de uma forma geral, bem tolerado pelo paciente. O principal sintoma é a palpitação (sentir o coração acelerar ou bater irregularmente).
Porém, lembrando um pouco de anatomia, o coração tem 4 cavidades: 2 átrios e 2 ventrículos. Quando o paciente está em fibrilação atrial os átrios não se contraem, ficam parados ou apenas tremendo, isso faz com que o fluxo sanguíneo dentro deles fique lentificado e, com isso, aumenta a chance de aparecer coágulos (trombos) no seu interior. Esses trombos se formam e ficam aderidos à parede interna do átrio e em algum momento podem se desprender. E é aí que reside o grande perigo. Quando o trombo se forma no átrio esquerdo, ele sairá através do ventrículo esquerdo e o caminho mais provável a seguir é para o cérebro, ocluindo uma artéria cerebral causando um AVC (derrame). Se o trombo se forma no átrio direito ele sairá pelo ventrículo direito e vai para o pulmão, ocluindo um ramo da artéria pulmonar causando a embolia pulmonar, patologia de alta mortalidade.
            Essa é a grande importância em s diagnosticar a fibrilação atrial, trabalhos mostram que quase 30% dos AVCs  isquêmicos (por oclusão de artéria cerebral) em idosos são consequentes à fibrilação atrial e daí a importância em tratá-la e de prevenir a formação de trombos com drogas anticoagulantes. O tratamento da arritmia em si pode seguir alguns caminhos: deixar em arritmia e apenas prevenir o apareceimento de trombos, drogas antiarrítmicas para reverter ao ritmo normal e prevenindo trombos se indicado e um procedimento invasivo chamado esturo eletrofisiológico e ablação onde um cateter vai ao coração e faz uma cauterização por radiofrequência para isolar a área responsável pela arritmia.

            Fale com seu médico.

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