Posso beber?

              E vem a pergunta de sempre...eu posso beber tomando esse remédio?  É clássica a pergunta nos consultórios no que diz respeito a tratamento de hipertensão arterial associado ao álcool. Alguns já chegam afirmando: "tomo remédio todo dia, menos quando sei que vou beber". Existe um mito, uma lenda urbana de que remédio de pressão e álcool formam uma combinação bombástica e que, se misturados, as consequências são desastrosas. Vamos tentar colocar os pingos nos "is" e definir isso.

            O remédio de pressão não precisa ser suspenso quando houver ingesta alcoólica, até porque, dificilmente a pessoa vai só beber, o álcool comumente é acompanhado de comidas não muito saudáveis como churrascos, petiscos, alimentos gordurosos, massas pesadas e outros. Essas coisas são conhecidas por causarem hipertensão e, se você não toma o remédio, elas agem livremente no organismo, levando a pressão lá pra cima. Outra coisa é o próprio álcool, em doses pequenas, o álcool não costuma fazer efeito na pressão artérial, porém em doses moderadas a elevadas, ele mesmo pode ser um causador de hipertensão, além de todas as outras toxicidades já conhecidas, incluindo hepática, cerebral e cardíaca.

            A Sociedade Brasileira de Cardiologia pede para que a ingesta não passe de 30g de etanol por dia para homens e metade disso para mulher, o que significa :

Cerveja  - cerca de 2 latas (metade para mulheres).

Vinho – 2 taças de 150ml ou 1 de 300ml (metade para mulheres).

Uísque, vodka ou cachaça – 2 doses de 50ml ou 3 doses de 30ml (metade para mulheres).

            Lembro que essa orientação de consumo é da Sociedade Brasileira de Cardiologia e diz respeito APENAS a hipertensão arterial, o consumo de álcool não deve ser diário e que, mesmo se essas quantidades forem respeitadas, a pessoa terá malefícios outros do uso do álcool ou problemas legais relacionados ao seu uso.